Wuhan investe 113 milhões de euros em campanha de testes à Covid em toda a cidade

A cidade de Wuhan, onde o novo coronavírus foi detetado pela primeira vez, já realizou testes à Covid-19 aos quase 11 milhões habitantes. A campanha de rastreio tem a duração de 19 dias e exigiu uma despesa de 900 milhões de yuans (aproximadamente 113 milhões de euros), segundo o vice-presidente da câmara, Hu Yabo.

As autoridades de saúde chinesas identificaram apenas 300 casos positivos da doença no âmbito desta testagem sem precedentes mas não contabilizou para as infeções no país, tendo em conta que a China não regista os casos assintomáticos como confirmados, obrigando apenas a que essas pessoas fiquem em isolamento até que testem negativo para o vírus SARS-CoV-2.

Se a cidade completou 9,9 milhões de testes esta terça-feira, conforme foi avançado pela agência noticiosa Agence-France-Presse (AFP), os testes anteriores forem incluídos na contagem, então, praticamente todos os cidadãos com mais de cinco anos foram testados, referiu a especialista Li Lanjuan, membro de uma equipa da Comissão Nacional de Saúde chinesa.

A cidade de Wuhan está segura”, salientou, numa conferência de imprensa. “Isto não só faz com que o povo de Wuhan se sinta mais à vontade, mas também aumenta a confiança das pessoas em toda a China”, completou Feng Zijian, vice-diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da China, em declarações à emissora estatal “CCTV”.

Wuhan foi a cidade mais atingida pela pandemia em toda a China, representando mais de 80% das vítimas mortais do país, de acordo com os dados oficiais do governo chinês. No entanto, segundo uma investigação da Associated Press, a China atrasou a divulgação de informação relevante sobre o novo coronavírus durante algumas semanas. Entre a informação ‘ocultada’ à Organização Mundial de Saúde está o mapa genético do vírus, tendo a organização obtido esses dados de Pequim apenas a 20 de janeiro.