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Xiaomi garante guardar dados pessoais dos utilizadores fora da China

Sem detalhar, o presidente da Xiaomi, Xiang Wang, garantiu durante a Web Summit que a empresa cumpre todos os critérios da regulamento geral da proteção de dados que é exigido na Europa.
  • Xiang Wang, presidente da Xiaomi
3 Dezembro 2020, 15h34

Os dados pessoais dos utilizadores dos produtos da Xiaomi estão guardados em servidores fora da China, assegurou o presidente da fabricante de smartphones, Xiang Wang, durante a sua intervenção na Web Summit.

Xiang Wang falava na sessão que inaugurou o palco “Builders” esta quinta-feira, quando foi questionado pela moderadora Xin Li, da Caixin Media, sobre o tratamento dos dados privados dos utilizadores dos produtos da Xiaomi. “Todos os dados estão alojados fora da China, na Europa. Isto é algo muito importante, para assegurar que todos os dados estão seguros”, explicou.

Sem detalhar muito, o presidente da Xiaomi garantiu que a empresa cumpre todos os critérios da regulamento geral da proteção de dados que é exigido na Europa.

A par do tema da proteção de dados, Wang foi instado a comentar as regras apertadas dos Estados Unidos para as empresas chinesas. Xiang Wang disse que não “pensava muito” nessa questão, uma vez que a empresa que lidera é recente- a Xiaomi foi criada em 2010 – no ecossistema tecnológico e mantém boas parcerias com as norte-americanas Qualcomm, Google, Microsoft e Intel.

O presidente da Xiaomi participou na edição 2020 da Web Summit para falar sobre criações significativas no âmbito da Internet das Coisas. Wang explicou que a empresa que lidera tem o objetivo de permitir “que todos desfrutem de uma vida melhor”, fornecendo ao mercado inovação tecnológica acessível, “independentemente da geografia, da nacionalidade, género e até salário”.

É com base nesse objetivo geral que a Xiaomi assenta a sua operação “num modelo de negócio muito singular”, segundo Xiang Wang, gestor que entrou na fabricante há cinco anos.

Que modelo é esse? Wang explicou que a empresa que lidera têm investido em startups tecnológicas, como forma de “melhorar o ecossistema de produtos”. Até hoje, a Xiaomi já investiu em 120 empresas. O propósito da Xiaomi é comprar participações minoritárias em startups e participar no design e definição de padrões dos produtos dessas empresas, ajudando-as também em chegar aos fornecedores.

“Se o produto deles for ao encontro das nossas exigências, vamos vendê-lo com a nossa marca, através dos nossos canais de vendas. É um modelo muito bem sucedido e altamente eficiente”, disse Wang.

A Xiaomi opera, atualmente, em 90 mercados, incluindo a Índia, países do Sul da Ásia e a Europa ocidental. A fabricante oferece ao mercado smartphones, televisões e produtos assessórios com inteligência artificial. O mercado de smartphones é aquele em que a Xiaomi está mais focada.

Segundo dados da IDC, a Xiaomi é, desde o final de setembro, a terceira maior marca de smartphones, tendo superado a norte-americana Apple. A nível mundial, no final do terceiro trimestre, a Xiaomi alcançou uma quota de mercado de 13,1%, tendo vendido 46,5 milhões de smartphones. A Apple tem atualmente uma quota de mercado de 11,8%, tendo vendido um total de 41,6 milhões de smartphones.

Em Portugal, a Xiaomi é, segundo dados da IDC, a quinta marca mais vendida. Entre julho e setembro, a fabricante chinesa fixou a sua quota de mercado em 8,9%, tendo vendido pouco mais de 56 mil smartphones.

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