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Zoox. Condução autónoma está à distância de mil milhões de dólares

“O objetivo da Amazon, bem como o nosso, é criar um negócio sustentável que alterar o modo como as pessoas pensam as cidades. A Amazon é uma das poucas empresas do planeta com os recursos e ambições para tornar algo assim possível”, apontou Jesse Levinson, CTO e co-fundador, na conversa com Iyaz Akhtar.
2 Dezembro 2020, 21h13

À primeira vista pode parecer uma empresa relativamente desconhecida, mas a Zoox é uma startup avaliada em mais de 3,2 mil milhões de dólares (2,6 mil milhões de euros) e foi a primeira empresa a conseguir a autorização para fornecer serviços de transporte autónomo ao público na Califórnia.

Jesse Levinson criou a Zoox em 2014 com o pressuposto de que “a mobilidade autónoma pode fazer muito mais pela sociedade do que apenas introduzir especificidades num carro para que este conduza sozinha”. À conversa com o editor da CBS Interactive, Iyaz Akhtar, no painel “Fundar uma startup de sucesso de bilhões de dólares”, Levinson apontou que a ideia “é construir uma frota de veículos completamente autónoma, que mova as pessoas dentro das cidades, tornando as suas viagens de rotina muito mais proveitosas”.

Questionado sobre se as pessoas estão prontas para abdicar do volante e da sensação da condução, o co-fundador e CTO admite que “nem toda a gente e não de um dia para o outro”. “Será uma transição gradual mas muitas pessoas adoravam ter uma forma mais acessível e divertida de ir para o ponto A para o ponto B, especialmente em cidades”, referindo às mais populosas dos Estados Unidos como Nova Iorque, São Francisco ou Las Vegas.

Relativamente à possibilidade de compra, Jesse Levinson realça que as pessoas usam os seus veículos 4% das vezes e que nas restantes 96% estes estão apenas a ocupar um lugar de estacionamento, seja na garagem ou em locais públicos. “Metade da pegada carbónica de um carro é apenas o seu fabrico, o que é um mau uso de recursos. Ou seja, se conseguirmos criar uma frota de veículos autónomos, quando a usarmos será tão bom como usarmos o nosso próprio veículo mas quando não o estivermos a usar, outra pessoa está, tornando-se muito mais acessível e melhor para o ambiente”.

Neste caso, ninguém se tem de preocupar com o seguro, a manutenção do veículo, se este é roubado ou assaltado e de ir abastecer o veículo. “É só usar quando e onde estivermos. É menos uma preocupação para os consumidores”, disse,

A startup adquirida pela Amazon este ano, num negócio superior a mil milhões de dólares (826 milhões de euros), tem mais de 40 patentes em seu nome só em medidas de segurança. “Os carros estão desenhados para serem conduzidos por humanos, e é óbvio que há medidas de segurança que tornam o veículo mais seguro para ser conduzido por um ser humano, mas se o veículo não for conduzido por qualquer humano não nos precisamos de preocupar com o volante ou com pedais, e podemos tornar o carro mais seguro para todos os passageiros”.

“Com a Amazon a apoiar a nossa missão original sabemos que temos o poder de levar a tecnologia para o mercado, que é altamente cara, mas também escalá-la à medida das cidades e do mundo. O objetivo da Amazon, bem como o nosso, é criar um negócio sustentável que alterar o modo como as pessoas pensam as cidades. A Amazon é uma das poucas empresas do planeta com os recursos e ambições para tornar algo assim possível”, apontou Jesse Levinson na conversa com Iyaz Akhtar.

Atualmente, os veículos ainda se encontram em fase de testes, apesar de Levinson admitir uma novidade especial para o próximo dia 14, estimando-se o início da circulação destes veículos ao serviço dos clientes. “Estamos a testar os veículos nos ambientes mais difíceis possíveis porque achamos que é mais fácil prever todas as situações do que conduzir nos subúrbios e encontrar apenas dois pedestres. Queremos ter o máximo de previsões possíveis”, e a navegação na avenida Strip em Las Vegas e as ruas de São Francisco tornaram-se o lugar ideal para tal devido à vasta afluência.

Há seis anos, Jesse Levinson já sabia o que queria e aos dias de hoje consegue concretizá-lo melhor que nunca. Com recurso à Inteligência Artificial, Levinson conseguiu que os veículos aguentassem o máximo de informação possível, sendo ainda possível adicionar mais. Com a imprevisibilidade da ocorrência de obras, os veículos da frota Zoox já têm incorporado no sistema de Inteligência Artificial a previsão destas situações, conseguindo navegar sozinho.

De forma a tranquilizar os futuros utilizadores destes veículos, Levinson garantiu que não existe qualquer possibilidade da Inteligência Artificial colocar em perigo as pessoas que estão dentro do carro, “mesmo que o operador lhe diga para fazer isso”.

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