Crédito habitação, crédito automóvel, crédito pessoal são os três tipos de créditos mais frequentes e aqueles que ocupam uma percentagem muito significativa do orçamento mensal, seja de forma isolada, ou com mais expressão, se existirem em simultâneo.

Se há créditos que são quase inevitáveis, outros são desaconselháveis, mas em caso de necessidade devem ser criteriosamente acionados. E esta falta de gestão ou prevenção está na base de muitos dos problemas financeiros da nossa sociedade, e que se tornam evidentes quando surgem fatores externos incontornáveis.

Gastar mais do que se tem nunca foi uma boa prática, gastar no limite das nossas possibilidades, também não o deve ser. Muitos portugueses pensam que vivem com as contas domésticas equilibradas porque têm saldo líquido próximo de zero. Isto é um erro que pode sair caro! Devemos ter o nosso saldo líquido positivamente desequilibrado, ou seja, o total das receitas deve ser substancialmente superior ao total das despesas. Por exemplo, ao contrair um crédito de taxa variável deve ter consciência que as condições do mesmo podem variar e que essas variações têm de estar acauteladas. Também há mudanças de circunstâncias a nível pessoal que podem obrigar a rápidos ajustamentos orçamentais.

Nada disto é novidade, uma vez que quase todos nós somos “obrigados” a contrair pelo menos um crédito ao longo da vida, e sabemos que qualquer crédito implica um contrato de financiamento entre duas partes, implica um prazo e, acima de tudo uma taxa de juro. Ou seja, o custo a que aquela instituição nos empresta o dinheiro, e que pode variar. Daí ser tão importante fazer escolhas criteriosas, informadas e muito bem fundamentadas.

Um crédito implica uma análise do risco por parte de cada instituição. No entanto, a sua autocrítica em relação à sua taxa de esforço deve ser predominante. Por vezes, basta reavaliar os montantes pedidos para evitar situações de colapso financeiro no futuro.

Não queremos com isto dizer que não se deve recorrer ao crédito. Seria utópico. Mas, deve ser uma decisão informada e nunca precipitada e são inúmeros os fatores que podem influenciar a prestação do crédito e que não devem ser descurados:

  • Comissões de análise – Que muitas vezes não são devolvidas em caso do crédito não ser aprovado;
  • Seguros diversos, como o seguro de vida ou o seguro de proteção ao crédito – Sendo um custo não deixa de dar um conjunto de garantias e segurança financeira acrescida;
  • Comissões de manutenção de conta.
  • Taxa de juro – o custo do dinheiro emprestado e que pode variar. Atualmente está em mínimos históricos, mas a economia é cíclica e vai aumentar
  • Prazo do contrato

Apesar de serem mais ou menos comuns nas diferentes instituições, as condições de cada uma podem variar e é esta concorrência que existe que nos permite tirar partido das vantagens e escolher as melhores opções para cada um em cada momento. Mas nem sempre é fácil, nem sempre é célere, é muitas vezes burocrático. Tudo isto é verdade, mas também é certo que não temos que passar por este processo sozinhos. Existem profissionais qualificados dispostos a informar e a acompanhar cada um de nós ao longo do processo. Basta querermos porque no final de contas alguns créditos não deixam de ser um mal necessário.