Já são mais de 500 empresas portuguesas que exportam para a Colômbia, o terceiro país mais populoso da América Latina, com a maior subida de posição no Ranking Doing Business de 2007 – 2016, e com um crescimento médio do PIB, entre 2010 e 2015, de 4%.
Um país onde o investimento português é bem-vindo e reconhecido pelos colombianos. Nos últimos cinco anos, as relações entre Portugal e a Colômbia têm vindo a estreitar-se progressivamente, quer a nível institucional, quer a nível empresarial.
Os tratados de Livre Comércio, com acesso preferencial a mais de 1500 milhões de consumidores, e de Dupla Tributação, assim como, o regime de Zonas Francas competitivo, os Incentivos ao Investimento e o potencial do Mercado da Aliança do Pacífico são ainda fatores decisivos para o investimento português na Colômbia.
Rosário Marques, presidente executiva da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Colombiana, revela ao Jornal Económico que além da questão económica é importante o apoio institucional ao mais alto nível e de forma continuada, mas é igualmente necessário promover o conhecimento recíproco de ambas as culturas com a organização de eventos culturais, musicais e desportivos.
O intercâmbio de estudantes ao nível do ensino superior e o ensino de português criam laços duradouros e facilitam uma maior proximidade e conhecimento de ambos os mercados.
Estas condições irão contribuir para o aprofundamento do relacionamento económico bilateral Portugal-Colômbia que exige um bom conhecimento de ambas as realidades e da respetiva oferta e procura. “O desenvolvimento de canais comerciais e a consolidação de uma posição no mercado obriga as empresas exportadoras a estarem, idealmente, próximas dos seus consumidores para poderem perceber as suas necessidades e preferências. É fundamental estar no mercado. Uma ou duas visitas anuais dificilmente permitirão consolidar posições”, explica.
A responsável adianta ainda que são várias as oportunidades que existem na Colômbia ao nível da agroindústria, materiais de construção, metalomecânica, moldes, TIC´S, têxtil-lar, calçado, etc. A construção civil e obras públicas, por exemplo, estão em franco desenvolvimento e, nos próximos anos, o governo Colombiano tem um programa de investimento de cerca de 78,8 mil milhões de euros para o setor.
A estabilidade política, a localização geográfica estratégica, o crescimento da classe média, a disponibilidade de mão-de-obra qualificada e os 48 milhões de habitantes, dos quais 55% tem menos de 30 anos, são outras das razões apontadas para um incentivo ao investimento na Colômbia.
Rosário Marques esclarece que é importante desenvolver ações que permitam conhecer o tecido empresarial local por forma a estabelecer parcerias facilitadoras da entrada. “Voos diretos são um elemento importante para aproximar os países. O Acordo de Dupla Tributação e a estabilidade fiscal são também elementos importantes a considerar”, admite.
As maiores necessidades que a Colômbia apresenta, e que se verificam nos números das suas importações, estão na obtenção de maquinaria, equipamentos mecânicos e elétricos, materiais de construção, calçado, entre outros.
A oferta colombiana é insuficiente para fazer face à procura, pelo que a experiência da engenharia e arquitetura portuguesa é importante e poderá ir ao encontro da procura em causa. A qualidade e atualidade dos materiais portugueses podem fazer a diferença no resultado final nas obras de arquitetura, construção civil e obra públicas.
Segurança jurídica e um ambiente de negócios facilitado
A presidente executiva da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Colombiana garante que existe segurança jurídica e um ambiente de negócios facilitador do investimento estrangeiro que é tratado em condições de igualdade ao nacional. Não existem restrições à saída de lucros de investimentos declarados.
“Aconselhamos as empresas que queiram exportar ou internacionalizar-se a procurarem o devido aconselhamento jurídico. As regras são diferentes das europeias e um bom aconselhamento prévio permite antecipar dificuldades. A Colômbia é um país de regiões com especificidades próprias e com impostos ou taxas diferenciadas, mas é um país seguro para investir. Dizem os colombianos que ‘o único risco é que queiram ficar’”, assegura Rosário Marques.
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