O CEO da Zoura, uma empresa de software de Silicon Valley, acredita que o mundo está a aproximar-se de uma enorme crise de emprego fomentada pelo avanço tecnológico.
“A tecnologia está a mudar o mercado de trabalho”, declara Tien Tzuo, co-fundador e CEO da Zoura ao “Business Insider”.
O World Economic Forum (WEF) acredita que o mundo está a atravessar a quarta revolução industrial impulsionada pela ascensão da robótica e inteligência artificial, que automatiza mais e mais empregos. O WEF estima que estas tendências irão destruir mais de 5 milhões de empregos até 2020.
“Há cada vez menos emprego no setor da manufatura. E vão continuar a desaparecer postos cada vez mais rápido. O mercado de trabalhadores não consegue acompanhar a rapidez da evolução que está a decorrer”.
Cerca de 57% dos empregos dos países membros da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico estão em risco de automação, de acordo com uma pesquisa da Oxford University.
Ao contrário dos avanços anteriores na tecnologia, os avanços de computação destroem mais empregos do que criam.
“Se não resolvermos isto, haverá uma parte da população que nos vai travar os avanços, e com razão, porque a sociedade precisa de lidar com os problemas”.
Tzuo não é o único a alertar sobre a questão da influência da tecnologia no mundo do emprego. Também o Lord Adair Turner, ex-vice-presidente da Merrill Lynch Europe e ex-chefe do órgão de controlo financeiro da Grã-Bretanha e o CEO do grupo BT, Gavin Patterson, consideram preocupante esta mudança no mercado de trabalho global.
Este último salientou recentemente numa conferência que, “é bem possível que 80% dos empregos que as pessoas têm hoje não existam no futuro”.
O CEO de Silicon Valley relaciona a eleição de Trump nos EUA com esta tendência do mercado de trabalho orientada pela tecnologia, “as pessoas estão a culpar o comércio e a imigração, mas não é isso. A imigração não está a tirar empregos. O comércio nos EUA realmente diminuiu nos últimos quatro ou cinco anos mas, quando tudo é um serviço, o que resta para o comércio? “
Sobre os eleitores de Trump, o CEO acredita que “não são todos racistas e sexistas – certamente há algum fator marginal disso, mas essa não é a questão central. A questão central é que eles querem garantir um futuro”, acrescentando que “a tendência para a globalização é inevitável (…) como sociedade temos de descobrir como podemos criar empregos para as pessoas e, se vão mesmo existir menos empregos, então como podemos estabelecer um salário mínimo ou renda básica para as pessoas. Depende da sociedade e das regras”.
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