A Humanidade esgota, esta quarta-feira, o limite de recursos disponíveis para o ano 2017. Quem o avança é a associação ambientalista Zero, que anuncia que o limite do uso sustentável de recursos naturais disponíveis para este ano é atingido cinco dias mais cedo do que no ano passado.
A associação remonta, ainda, a 1970, avançando que já se passaram 47 anos desde a última vez que o “orçamento natural anual” foi respeitado. E Portugal “é um contribuinte ativo” para esta situação. “Se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que nós, seriam necessários dois ou três planetas”, frisa.
É ainda apontado, na nota divulgada na página da Zero, que o consumo de alimentos (32% da pegada global do país) e a mobilidade (18%) são as atividades humanas diárias que mais contribuem para a Pegada Ecológica de Portugal, alertando para a urgência em alterar esta tendência insustentável.
“Num mundo onde persiste uma enorme desigualdade em termos de distribuição de rendimentos e acesso a recursos naturais, estes dados são claros sobre a necessidade de se produzir e consumir de forma muito diferente”, advertem.
O Overshoot Day, designação para orçamento anual, indica que os limites do planeta estão a ser forçados cada vez com maior intensidade, traduzindo-se numa “tendência que é urgente mudar para bem da Humanidade e da sua qualidade de vida”, continua.
A associação frisa, ainda, que a mudança necessária rumo à sustentabilidade não será apenas atingida pela ação individual dos cidadãos, mas também pela ação política e das empresas em diferentes setores. Desta forma, propões várias soluções que visam a redução do défice ambiental, como a aposta numa economia circular, “onde efetivamente a utilização e reutilização de recursos é maximizada” e que “deverá ser uma prioridade transversal a todas as políticas públicas”.
“O ponto fulcral deverá ser a redução no uso de materiais, a promoção da reutilização e a extensão dos tempos de vida dos bens e equipamentos. Para ser eficaz, teremos que mudar o paradigma de ‘usar e deitar fora’, muito assente na reciclagem, incineração e deposição em aterro, para um paradigma de ‘ter menos, mas de melhor qualidade’, com um forte enfoque na redução, reutilização e reparação e na procura de oferecer serviços em alternativa à venda de bens”, defende.
A promoção de uma dieta alimentar saudável e sustentável, a começar nas escolas, com a redução do consumo de proteína de origem animal e o aumento significativo do consumo de frutas, hortícolas e leguminosas secas é mais uma solução aconselhada. “Em Portugal, tal significará uma aproximação da balança alimentar portuguesa com o preconizado no padrão alimentar da roda dos alimentos, um objetivo, sobre todos os pontos de vista, desejável”, afirma a Zero.
Outra proposta passa pela mobilidade sustentável assente em diferentes estratégias, nomeadamente a melhoria do acesso e das condições de operação dos transportes públicos; a disponibilização de infraestruturas e condições que estimulem a mobilidade suave e a partilha de transporte (como o car-sharing).
A associação alerta, ainda, para o facto do cartão de crédito ambiental ser usado cada vez mais cedo. “Evitar usar o cartão de crédito ambiental é um investimento no nosso bem-estar e qualidade de vida. Viver com pleno respeito pelos generosos limites do Planeta Terra é a única forma de garantirmos um melhor futuro para todos”, conclui.
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