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Adega Mayor focada nas exportações e no retalho para crescer 20% este ano

Atualmente, o mercado externo representa 22% do negócio da Adega Mayor, com destaque para Angola, que lidera as vendas internacionais.
Foto cedia
4 Março 2018, 14h10

A Adega Mayor, negócio de vinhos do grupo Nabeiro, prevê aumentar em 20% a faturação este ano, para 7,3 milhões de euros, impulsionada pela consolidação das exportações e pelo reforço da presença no retalho em Portugal.

Em entrevista à agência Lusa, a diretora-geral da empresa de Campo Maior adiantou que a nível internacional a Adega Mayor está apostada em “consolidar alguns mercados” para onde já exporta – “nomeadamente o Brasil, Dinamarca e Inglaterra” – enquanto a nível interno pretende lançar, no segundo semestre do ano, uma gama de vinhos dirigida especificamente ao canal do retalho, reforçando a oferta na distribuição.

“É nosso objetivo aumentar a presença neste canal através do reforço da oferta de produtos e do alargamento da distribuição, numa ótica de construção da marca em todos os pontos de contacto com o consumidor, o que nos vai permitir ter um crescimento da visibilidade e da notoriedade”, afirmou Rita Nabeiro.

“Não está ainda confirmado, mas estamos a trabalhar nesse sentido e o crescimento esperado da faturação será também a contar com isso”, acrescentou.

A expansão prevista do mercado interno em 2018 segue-se a um crescimento “acima das expectativas” em 2017, ano em que a faturação da Adega Mayor cresceu 30% relativamente ao ano anterior, para os 6,1 milhões de euros, e a produção ultrapassou o milhão de garrafas, beneficiando do ‘boom’ do turismo em Portugal.

“Em 2018 podemos crescer um pouco mais a faturação, mas já não 30%…talvez 20% seja mais realista. Tem a ver também com questões de produção, não podemos crescer mais do que aquilo que temos, porque o vinho é um produto agrícola e estamos um bocadinho dependentes da natureza”, sustentou Rita Nabeiro.

De acordo com a gestora, a expansão internacional da Adega Mayor tem vindo a ser desenvolvida “em conjunto” com a do grupo Nabeiro, que tem no café o seu principal negócio e cuja “presença nalguns mercados de forma direta – como Espanha, França, Suíça, Luxemburgo, Brasil, Angola e China – permite um trabalho mais consistente e focado” das marcas da empresa de vinhos.

Atualmente, o mercado externo representa 22% do negócio da Adega Mayor, com destaque para Angola, que lidera as vendas internacionais, seguida de França, Suíça, Luxemburgo, Alemanha, EUA, Brasil. Mais recentemente, também a Dinamarca e Inglaterra “têm dado sinais bastante positivos”.

“Em África estamos ainda nos países lusófonos, como Cabo Verde e Moçambique, e também na China, mas com uma presença já residual”, acrescentou Rita Nabeiro.

A nível internacional, e “mais do que um crescimento em números”, a diretora-geral assume como desafio para este ano “consolidar alguns mercados” onde a Adega Mayor já está presente, “nomeadamente o Brasil, a Dinamarca e a Inglaterra”.

“Se por um lado – precisou – a Dinamarca é um mercado interessante, que tem feito em parceria direta connosco uma aposta na valorização da nossa marca, Inglaterra tem o lado da crítica, que é extremamente importante neste setor e por aí também nos interessa. Já no Brasil, onde entrámos há um ano e meio, este é o ano de teste e a entrada nalguma cadeia retalhista mais forte pode ser um impulsionador das vendas”, disse.

Quanto a Angola, “continua a ter um peso muito significativo” nas vendas externas da marca, mas tem vindo a perder quota face à subida de outros mercados, enquanto a França, “apesar de ser um país produtor de vinho, tem muitos consumidores e vem registando um crescimento”, tal como a Suíça e o Luxemburgo.

Já a China, “apesar de ser um mercado do qual toda a gente fala”, Rita Nabeiro considera que “não faz para já sentido” para a Adega Mayor: “Na medida em que já estamos com um volume considerável noutros mercados, para nós não faz sentido para já abrir um mercado que é de grandes volumes e implica um investimento elevado, quando poderemos depois não ter capacidade de resposta. Temos para lá vendas muito residuais e não faz parte das nossas prioridades para já, o que não quer dizer que não venha a fazer”, disse à Lusa.

De acordo com a gestora, atualmente o canal ‘horeca’ (hotelaria, restauração e cafetaria) vale cerca de 80% do negócio da Adega Mayor, dividindo-se os restantes 20% pelo ‘horeca’ indireto (clientes de revenda), segmento institucional (vendas a empresas) e vendas diretas através da loja ‘online’ e loja da Adega em Campo Maior.

Sendo o setor dos vinhos “extremamente concorrencial, com cerca de 10 mil marcas só no mercado nacional”, a Adega Mayor quer consolidar uma imagem assente na “qualidade, consistência, inovação, criatividade e criação de valor para a região de Campo Maior”, onde conta atualmente com uma equipa permanente de quase meia centena de colaboradores.

Outro dos vetores futuros de crescimento promete ser o enoturismo, na qual é notória “uma procura cada vez maior dos visitantes” da Adega que, pelo facto de ter sido projetada pelo arquiteto Siza Vieira, se assume como “um polo de atração para visitantes dos quatro cantos do mundo”.

Segundo Rita Nabeiro, o segmento do enoturismo “começa a representar já uma fatia interessante” do negócio, “quer no passar a imagem da marca, quer na própria receita da Adega Mayor”, tendo um peso “já perto dos 10% e com potencial de crescimento”.

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