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Muito para além do ‘glamour’, marcas geram riqueza real

Chegou o momento de aprofundar o que se sabe sobre o contributo das marcas para a criação de riqueza no nosso país, bem como sobre a importância de promover uma cultura de marca e o retorno esperado do reforço das marcas nacionais.
14 Janeiro 2017, 09h00

O universo das marcas em Portugal representa, atualmente, cerca de sete mil milhões de euros, aproximadamente 2% do Produto Interno Bruto (PIB). No entender de Pedro Pimentel, diretor geral da Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, este universo vive uma fase em que o dossiê da regulamentação está consolidado, o que faz com que as atenções se devam concentrar nas marcas e nas empresas, trabalhando aquilo que levanta maior preocupação: a sua credibilidade e o reconhecimento do seu valor. “É preciso que as pessoas percebam esse valor porque, no fundo, as pessoas têm muito a ideia das marcas como algo simbólico, muitas vezes até de ‘glamour’, e esquecemo-nos que as marcas são muito mais do que isso e deixam um grau de riqueza onde estão instaladas, onde produzem e comercializam os seus produtos”, reforça Pedro Pimentel.

Apesar de neste contexto ganhar maior relevância aferir a pegada positiva que as marcas deixam na economia, rapidamente se conclui que muitos dos números e das percentagens estão por apurar. Uma conclusão que se traduz numa falha que a Centromarca gostaria de colmatar, sendo que a solução pode começar a ser desenhada na conferência “As marcas da marca na economia portuguesa”, agendada para hoje, sexta-feira, dia 13 de janeiro, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.
Segundo Pedro Pimentel este é o cenário ideal para começar a reunir os números que traduzem o verdadeiro peso económico das marcas, sendo que a conferência aprofundará diversos parâmetros de análise, nomeadamente de que forma contribuem para a criação de emprego de qualidade, direto e indireto, motivam investimentos em I&D, incrementam o valor das exportações e fazem crescer a arrecadação fiscal.

Ainda sobre esta questão dos números, Pedro Pimentel sublinha conhecer números internacionais, também referentes a Portugal, que apontam para o facto de, se tivermos em conta todas as empresas que utilizam aquilo a que se chama propriedade intelectual (marcas e patentes), estaremos a falar de um universo que representa, em termos europeus, entre 17% a 19% de toda a atividade económica que se desenvolveu em Portugal – sendo que o nosso país está abaixo desta média. “Um dos objetivos que Portugal deveria ter é exatamente aumentar o valor que a marca representa para o total do PIB nacional, para a forma como o faz”, sublinha.

Em termos de criação de emprego, avança ainda, “temos um universo de quase 30 mil funcionários nas nossas empresas. É muito pequeno mas falamos de um emprego bastante mais qualificado, falamos de emprego e não de contratos permanentes com requisição de pessoas. Estamos essencialmente a falar de algo que as empresas têm vindo a conseguir ao longo do tempo: serem escolas de formação. Hoje em dia, ter passado por algumas empresas de marca mais poderosas do nosso país é claramente uma enorme vantagem em termos curriculares no mercado de trabalho”, conclui.

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