Os principais órgãos reguladores da Alemanha reuniram-se hoje com cerca de 50 representantes de bancos estrangeiros para explicar como estes poderiam transferir os negócios para a maior economia da Europa após o Reino Unido deixar a União Europeia, disse a Bafin, a autoridade alemã de supervisão financeira, citada pela Reuters.
A Bafin, que foi abordada por vários bancos nas últimas semanas, disse que respondeu às perguntas dos bancos, nomeadamente sobre a obtenção da licença bancária na Alemanha, e deu a sua opinião acerca da gestão de riscos. O encontro contou com a participação de representantes de cerca de 25 bancos, avança a agência.
A reunião destaca uma crescente vontade de considerar as alternativas a Londres, após a primeira-ministra Theresa May ter dito que o Reino Unido deixaria o mercado único da UE, uma acção que isolaria a cidade de Londres de muitos clientes europeus.
Peter Lutz, responsável pela supervisão bancária na da Bafin, disse à Reuters que as autoridades queriam ajudar os bancos, que estão a considerar a mudança, a entender as regras na Alemanha, e que gostaria de ter mais reuniões. “Brexit não é … um motivo para celebração”, disse Lutz. “Mas temos que ser pragmáticos.”
Os responsáveis pelas questões regulatórias de bancos como Morgan Stanley Goldman Sachs e Citigroup marcaram presença na reunião nos escritórios da Bafin em Frankfurt, disseram pessoas familiarizadas com o assunto.
Os políticos do país tentam mostrar uma atitude amigável aos bancos de Londres que procuram de locais alternativos na União Europeia para continuar com o negócio no bloco europeu após a saída do Reino Unido.
Theresa May disse que o seu governo vai invocar o artigo 50 do tratado da UE, começando as negociações de dois anos para organizar a partida do Reino Unido, até ao final de Março.
Frankfurt parece estar preparado para aproveitar qualquer tipo de êxodo de Londres.
Hubertus Vaeth, director de Frankfurt Main Finance, um grupo que promove a cidade com o apoio no governo local, prevê a transferência de 10 mil postos de trabalho de Londres para Frankfurt em cinco anos, com os bancos de investimento entre os primeiros a mudar. A força económica da Alemanha e o facto de que Frankfurt é a sede do Banco Central Europeu tornam-no atraente para os bancos. Mas existem obstáculos. Há uma escassez de habitação, enquanto as 13 escolas internacionais da região já estão sobrelotadas. A vida nocturna na cidade – onde muitos bares estão geralmente vazios durante a maior parte da semana – também é vista como uma desvantagem, diz a Reuters.
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