A Associação Mutualista já tem um nome para presidente executivo da Caixa Económica Montepio Geral. Trata-se Nuno Mota Pinto, que é representante do diretor executivo e membro do board do Banco Mundial.
Fonte ligada ao processo avançou ao Jornal Económico que Nuno Mota Pinto aceitou o convite da instituição liderada por António Tomás Correia, para integrar a administração do banco detido a 100% pela Associação.
A entrada de Nuno Mota Pinto far-se-á na sequência da mudança de modelo de governo da Caixa Económica Montepio Geral, para um modelo monista, com um chairman e um CEO. Nesse modelo a Comissão Executiva emana do Conselho de Administração.
Nuno Mota Pinto tem 47 anos. O facto de ser do Banco Mundial pode explicar a escolha, dado que Tomás Correia quer que o Montepio seja um banco da economia social. As suas áreas de especialidade no Banco Mundial são os mecanismos financeiros para o desenvolvimento económico, a globalização, a redução da pobreza, as abordagens económicas e os movimentos cívicos e políticos em crises financeiras.
No Banco Mundial, Nuno Mota Pinto é o representante de Itália, Portugal, Grécia, Albânia, Malta, São Marino e Timor Leste, desde 2003. É irmão do antigo vice-presidente do PSD, Paulo Mota Pinto.
A mudança na administração do banco foi anunciada publicamente por Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista, no almoço de natal da Associação, no passado sábado. Esta mudança terá lugar a par da mudança do modelo de governo e da entrada da Santa Casa como acionista. A instituição vai investir 200 milhões de euros no Montepio, para ficar com uma posição ligeiramente abaixo dos 10%.
Tomás Correia anunciou que a entrada da Santa Casa terá lugar até ao Natal, mas o provedor Edmundo Martinho já veio dizer que seria difícil concluir a operação dentro desse prazo, projectando que haverá um desfecho durante o primeiro trimestre de 2018.
José Félix Morgado substituído após braço-de-ferro com Tomás Correia
A mudança de CEO do Montepio, intenção da Associação até agora não assumida oficialmente, foi avançada em primeira-mão pelo Jornal Económico. Félix Morgado estava presente no almoço de natal onde Tomás Correia manifestou a sua intenção de mudar os órgãos sociais. José Félix Morgado já comunicou ao acionista que não concorda e que não aceita mudanças na administração.
Em resposta a esta declaração de Tomás Correia, José Félix Morgado, actual presidente executivo da Caixa Económica, que está a um ano de concluir o seu mandato, escreveu uma carta aos seus colaboradores do banco.
“Durante o fim de semana, e a propósito de várias noticias sobre rearranjos na estrutura acionista da CEMG [Caixa Económica Montepio Geral], foram feitas diversas referências a alterações de modelo de governo e dos órgãos sociais, incluindo a da minha saída da função que exerço, nas próximas semanas ou no início do ano”, lê-se na carta de José Félix Morgado, a que o Jornal Económico teve acesso.
“Impõe-se clarificar que não apresentei a minha demissão e que continuo, hoje, como continuarei até ao último dia em que estiver em funções, a trabalhar com todos e cada um de vós, com o mesmo empenho, a mesma responsabilidade, paixão e determinação que permitiram a recuperação da CEMG”, esclarece José Félix Morgado. O que significa que a sua saída antes do fim do mandato, bem como de todos os administradores eleitos, implica o pagamento dos ordenados até ao fim do mandato. Segundo o “Negócios”, a Associação Mutualista tem de pagar 400 mil euros a José Félix Morgado.
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