O Banco Central Europeu (BCE) não se vai opôr à venda de 2% do Banco de Fomento Angola pelo BPI à Unitel, uma operação de alienação que deverá finalmente resolver o problema do banco português à exposição aos grandes riscos de Angola.
Em comunicado divulgado no site da CMVM, o BPI referiu que em resultado da interacção havida com o BCE, este último comunicou que “não teria razões para objectar à desconsolidação do BFA”, desde que algumas condições forem cumpridas.
A ausência do parecer do BCE tinha sido o motivo alegado pelo CaixaBank para pedir a suspensão da Assembleia Geral do BPI de 23 de novembro, A reunião magna será retomada hoje às 14h30 na Casa da Música, no Porto.
O catalão CaixaBank é o maior accionista do BPI com cerca de 45%, e tem em curso um oferta para comprar o resto do capital do banco português.
As condições a que se refere o BCE são que após a venda dos 2% do BFA, o BPI que fica com 48,1% do banco angolano, e “que com a concretização da operação o Banco BPI deveria deixar de consolidar o BFA, seja para efeitos contabilísticos, seja para efeitos prudenciais, e, como consequência, eliminaria o problema da ultrapassagem do limite dos grandes riscos com que se encontra confrontado”. E que “o Banco BPI não exerce uma influência dominante sobre o BFA”.
“O Banco BPI não gere o BFA em conjunto com uma ou mais empresas não incluídas no perímetro de consolidação”, garantiu ao BCE o BPI.
O BPI assegura que tais condições serão cumpridas, pelo que diz que o problema será mesmo solucionado.
Mediante estas garantias o BCE confirmou que a venda de 2% do BFA retira o BPI da linha dos bancos que têm elevada exposição aos grandes riscos de Angola, que podia levar a pesadas multas do BCE.
Ontem foi comunicado que o BNA, banco central de Angola, autorizou a venda de 2% do BFA pelo BPI à Unitel de Isabel dos Santos. A empresária angolana é também a segunda maior accionista do BPI.
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