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O Benefício: a startup com uma visão capitalista-humanista

Nascida com a missão de desenvolver produtos de alto valor acrescentado, apenas coloca no mercado 100 unidades do Benefício produzido, sendo que as mesmas são personalizáveis e com a garantia que respeitam valores como o comércio justo, a ecologia e o impacto positivo na economia local.
17 Janeiro 2017, 13h36

O Benefício é uma marca que funciona como uma editora que acredita que nem sempre a escala é o caminho para o sucesso e que com o elogio do trabalho não industrializado pode potenciar a qualidade e a diferenciação dos seus produtos. Foi lançada na Startup Lisboa, no final de outubro de 2016 com uma equipa de dois fundadores e 10 colaboradores, incluíndo outras empresas e colocaram de ‘pé’ um projecto completamente disruptivo com um conceito inovador e composto por pessoas sobretudo da área do digital, da marketing e da publicidade.

O primeiro produto da start up, uma garrafa de azeite, teve a sua origem numa herdade no Centro de Portugal, no Geopark Naturtejo, constituída essencialmente por olival e montado de Sobro centenários. A herdade foi pioneira no modo de produção biológico, na agricultura biodinâmica e faz parte do Comércio Solidário e Sustentável. O lagar conta com mais de 100 anos a laborar, com todas as características tradicionais utilizando moinhos de granito e prensas hidráulicas. O azeite aqui produzido é obtido a partir da primeira pressão a frio e por isso tem uma cor e um sabor únicos. O packaging é totalmente manufaturado: corte especial, impressão em serigrafia tradicional e manual a duas cores, aplicação de cetim, lacrado e marcado com sinete manualmente, com personalização e marcação de número de série únicos e na hora.

Cada vez mais o sucesso de um negócio passa pela diferenciação e daí que o Benefício ajuda as marcas a criarem diferença no mercado. A visão estratégica e modelo económico do Benefício, denominada “economia de colmeia”, baseia-se no princípio e num processo de criação de valor estruturado assente na exploração não intensiva do talento. A analogia com a colmeia surge da necessidade da constante renovação de inúmeros produtos que no final criarão volume pela diversidade e não pela escala.

“O regime de cocriação (lado a lado com o produtor e/ou criador) permite não só alcançar a disrupção em termos de posicionamento da marca, mas também acrescentar valor ao desenvolvimento de novos produtos, pois parte das receitas alcançadas é reinvestida na capacidade de acrescentar valor e maior qualidade, incrementando a elasticidade do preço dos produtos manufacturados através da chancela do Benefício”, explicam os empreeendedores.

O Benefício é um agregador e um curador, que não esmaga quem cria e quem produz, mas acrescenta valor provocando uma disrupção no modelo do baixo custo.
A equipa pretende uma aposta clara na alta qualidade do produto português, envolvido num posicionamento de marca contemporânea ligada à sabedoria ancestral das coisas bem-feitas e com história.
Com apenas dois meses de actividade, para além de Portugal, o Benefício já chegou ao Reino Unido, Alemanha, Suíça, Bélgica, Suécia e Espanha.

Para 2017 têm como objectivo a expansão para seis mercados externos e a colocação de 25 edições correspondentes a 2500 unidades vendidas.

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