O intraempreendedorismo tem vindo a ganhar o seu espaço, tão determinante como o do empreendedorismo pois ambos se focam na inovação, no entanto as empresas precisam cada vez mais de se reinventar à velocidade da luz e, como tal, porque não olhar para dentro e só depois procurar fora?
Estamos perante um modelo diferente de organização: a organização empreendedora que promove o empreendedorismo corporativo ou o intrapreneurship, a estimulação e incentivo às iniciativas propostas pelos próprios funcionários, explorando aquilo que se pode fazer para resolver desafios do mercado.
São cada vez mais as iniciativas organizadas pelas empresas para ouvir novas ideias propostas pelos seus colaboradores e até grupos de trabalho exteriores, como estudantes académicos, que trazem a vontade de surpreender seja com pequenas soluções úteis e smart, seja com novos produtos disruptivos.
O intraempreendedorismo acaba por ajudar a dar resposta a necessidades das empresas em relação aos clientes, através da mobilização do esforço e ideias de departamentos de I&D de uma empresa, de forma a descobrir novas capacidades de exploração e diferentes possibilidades, muitas vezes inimagináveis pelo cliente. E, por isso, existem essencialmente mais razões para o sucesso desta forma de intraempreender, que nos fazem acreditar no seu sentido.
A experimentação é uma delas, pois alimenta-se sobretudo da produção de protótipos, com base nos quais se podem discutir e avaliar as ideias, não se focando apenas nas que ainda estão em fase de papel, deixando que o intrapreneur faça a sua prova de conceito e com isso reforce a sua capacidade de cativar o interesse e o seu investimento.
Outra das premissas que faz o sucesso do intraempreendedorismo é a de que a partilha acelera a inovação. À semelhança do que acontece a nível mundial, motivado pelo aparecimento da internet, o ritmo de evolução tecnológica é acelerado exponencialmente pelo acesso e partilha de conhecimento entre investigadores e empresas. A capacidade de visibilidade e emergência de talento dentro das organizações são outros fundamentos que fazem crescer este conceito, até porque as ideias e os protótipos não estão condicionados por temas, e seguem o gosto e paixões dos seus intrapreneurs, levando à exploração do que não está ainda disponível no universo habitual da atividade.
É caso para dizer que o intraempreendedorismo, através da criação de eventos por parte das empresas, fortalece o espírito empreendedor, o qual é crucial para o sucesso. Para além de dar visibilidade aos estudantes, faz emergir talento escondido dentro das organizações. Somos, inclusive, surpreendidos pela capacidade criativa e de engenharia de colaboradores que não conseguem mostrar essas competências no dia a dia, contrariando muitas vezes o seu estilo pessoal mais introvertido.