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Crédito à exportação: digital e PME são a aposta dos seguradores

O seguro de crédito em Portugal está a crescer, acompanhando a dinâmica dos exportadores.
Peter Nicholls/Reuters
30 Março 2018, 18h00

O instrumento visa fazer face ao risco de não recebimento de vendas a crédito de bens e serviços, realizadas em Portugal ou em mercados estrangeiros. A COSEC, que tem a representação do interesse público, domina e o restante mercado está dividido entre a Crédito y Caución, a Coface e a CESCE.

Com o mercado das grandes empresas totalmente trabalhado, são as microempresas e as PME os próximos alvos para fazer crescer o negócio. As plataformas digitais são uma opção para “democratizar” este tipo de seguro, cujos preços têm vindo a descer, em consonância com a quebra da sinistralidade. A COSEC vai manter o foco no cliente final e no serviço, mantendo o distanciamento entre o trabalho de Agência pública e o trabalho a nível do seguro de crédito comercial, enquanto a CESCE promete introduzir novos produtos e ferramentas que facilitem o adiantamento e a cobrança de faturas seguras. Regista o sucesso do modelo “pay per cover”, pois os empresários procuram cada vez mais as soluções de cobertura de crédito com flexibilidade. A empresa espanhola regista uma quebra de quase 20% na morosidade, com o número de contratos aceites a subir 28%.

A CESCE reuniu os quadros em Lisboa para definir os eixos que passam pelo Plano Estratégico 2020. A seguradora que entrou num processo de transformação digital em que o cliente não será apenas o centro da nossa atenção e fonte de informação, mas os seus dados estarão sujeitos a tratamento especial, dentro de um novo mercado legal que proporciona uma maior proteção e controlo sobre as suas informações”.

A francesa Coface é crítica relativamente à concorrente COSEC. Afirma José Monteiro, o DG da empresa, que “o seu capital deixou de ser detido pelo Estado” e ainda que “na Europa ocorreu um movimento, não ocorrido ainda em Portugal, em que as garantias públicas foram transferidas para entidades privadas, que não seguradora de crédito, através de concurso público, ou mantidas em entidades detidas maioritariamente pelos Estados”. Disse ainda que “a passagem desta oferta para uma entidade pública (..) permitiria igualdade de condições” e avançou com a hipótese de utilização do banco de fomento.

Sobre novas soluções para 2018, o gestor diz que será disponibilizado um produto de opiniões de crédito e informações, quer incorporado na apólice de seguro de crédito, quer de utilização autónoma. A Crédito y Caución realça o tema das Agências de Crédito à Exportação e considera legítimo o interesse dos Estados. Alerta para que os Estados devem assegurar que a posição de uma entidade que é agente público “não interfira na livre concorrência do seguro de crédito comercial”. A empresa liderada por Paulo Morais anunciou para breve um produto de seguro de crédito destinado a apoiar as startups e as pequenas empresas, com um volume de faturação e crédito anual reduzido. E a curto prazo irá divulgar soluções no âmbito do seguro de caução

 

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