A DBRS Ratings Limited confirmou os ratings da Caixa Geral de Depósitos. O que inclui o rating de emissor de longo prazo (Long-Term Rating) em BBB (low); o rating da CGD enquanto emissor de Curto Prazo em R-2 (middle) e o rating das Critical Obligations (COR), que ficou em BBB (high) / R-1 (baixo).
O Critical Obligations Rating (COR) aborda o risco de default de determinadas títulos de dívida dos bancos que são considerados críticos. Para a DBRS, essas obrigações têm uma maior probabilidade de serem excluídas de bail-in e de permanecerem no balanço do banco ao contrário de outras obrigações seniores sem garantia. Como tal, é menos provável que absorvam perdas no caso de resolução de um banco com problemas, conforme previsto na da Diretiva de Recuperação e Resolução de Bancos (BRRD).
A DBRS confirmou ainda a classificação das Dated Subordinated Notes em BB.
A tendência em todas as classificações foi alterada de Negativa para Positiva, exceto o rating R 1 (baixo) do COR, que foi alterado de Negativo para Estável.
A Avaliação Intrínseca (Intrinsic Assessment – IA) para o Grupo Caixa é de BBB (low), enquanto a Avaliação de Suporte permanece em SA3.
A agência canadiana considera que o banco público está a cumprir com a implementação do plano estratégico.
“A confirmação do Rating da CGD em BBB (low) reflete a visão da DBRS de que os significativos desafios enfrentados pelo Grupo se reduziram significativamente e a administração está no caminho certo na implementação do plano estratégico”, diz a agência.
A DBRS diz que no último ano, o Grupo demonstrou uma melhoria significativa em relação ao seu perfil de risco e rentabilidade, incluindo o retorno aos lucros em 2017, e mostrou um bom progresso em relação às principais receitas domésticas. Além disso, os Non-Performing loans (NPLs), que foram um factor importante para a anterior tendência Negativa, foram materialmente reduzidos. Os ratings da CGD continuam a reflectir a sua posição de liderança em Portugal, onde tem quotas de mercado significativas para créditos e depósitos. Os ratings também consideram a solidez do capital, a liquidez e a posição de funding do Grupo, sustentada principalmente por sua forte base de clientes.
A tendência Positiva reflete a boa cobertura de NPL do Grupo e a sua melhor capacidade de gerar capital através de lucros retidos, diz a agência, que avança que o Grupo deve ser capaz de acelerar a redução de NPLs nos próximos trimestres para níveis mais em linha com os pares europeus.
Além disso, a tendência positiva incorpora ainda as expectativas da DBRS de que o Grupo melhore a sua rentabilidade interna para níveis próximos do seu potencial de quota de mercado, como o banco líder em Portugal.
Para uma pressão positiva no rating é preciso um histórico de progresso contínuo nos lucros internos, juntamente com a redução contínua dos Non-Performing Loans (NPLs). A pressão negativa sobre os ratings surgiria se a rentabilidade e o capital domésticos se enfraquecessem significativamente como resultado das perdas operacionais líquidas e da deterioração da qualidade dos ativos.
A DBRS considera que a CGD alcançou um marco importante em 2017, quando regressou à rentabilidade ao nível do Grupo após 6 anos de contínuas perdas líquidas. Esta melhoria continuou no 1º trimestre de 2018, quando o Grupo apresentou resultado líquido positivo nas operações domésticas, após vários trimestres com perdas líquidas. Depois de muitos anos de rentabilidade afetada negativamente por encargos significativos com imparidades para crédito, o Grupo registou um lucro líquido atribuído de 51,9 milhões de euros em 2017 e 68,0 milhões de euros no 1º trimestre. Em 2017, os resultados foram impulsionados por uma melhoria significativa do desempenho nacional, embora o grupo tenha registado um prejuízo líquido em Portugal, afetado principalmente por custos não recorrentes de cerca de 564 milhões de euros (líquidos de impostos) relacionados principalmente com programas de redução de pessoal em Portugal e para cobrir a potencial venda de algumas operações internacionais. As operações internacionais do Grupo de Macau e França ajudaram a compensar a perda líquida interna, diz a DBRS.
No 1º trimestre de 2018, houve um progresso adicional nos lucros domésticos, com resultados impulsionados por provisões significativamente menores e pelo crescimento da receita core do banco.
A CGD reduziu significativamente a sua carteira de malparado (NPLs) nos últimos 15 meses, no entanto, apesar deste progresso, a DBRS continua a considerar o rácio da morosidade como sendo elevado face à maioria dos pares europeus. O stock de NPLs (tal como definido pela Autoridade Bancária Europeia, EBA e calculado pela DBRS) diminuiu 31% numa base acumulada desde o final de 2016 até ao 1º trimestre de 2018, para 7,3 mil milhões. Cerca de 25% de redução do stock de NPLs foi alcançado em 2017. O rácio de incumprimento foi de 12,6% dos empréstimos brutos a clientes no final de março de 2018, o que compara com 15,4% no final de 2016.
A DBRS diz ainda que a posição patrimonial da CGD melhorou significativamente desde 2016. Isto é devido principalmente às injeções de capital recebidas em 2017, mas a agência também reconhece que o Grupo reforçou os rácios de capital graças ao progresso significativo na desalavancagem do balanço e ao retorno aos lucros em 2017 e 1º trimestre de 2018.
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