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Dívida pública: riscos de juros altos permanecem

Forúm para a Competitividade alerta para os perigos que se aproximam e acredita que os juros da dívida pública de longo prazo não deverão baixar proximamente.
2 Fevereiro 2017, 15h59

A tendência das taxas de juro das dívidas europeias tem sido de subida no último mês, mas Portugal tem brilhado entre os pares com valores a dez anos acima dos 4% e um risco constante que a taxa galgue a barreira dos 5%. O Fórum para a Competitividade alerta que “os riscos de novas subidas juros permanecem”.

“No mês de Janeiro, o calendário de dívida pública europeu foi muito pesado, com emissões mais longas do que o costume, com a percepção de que as taxas de juro baixas estão a acabar”, refere a associação de direito privado que congrega dezenas de empresas e associações, acrescentando que que há fatores internacionais incontornáveis.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) manteve o limite de 33% na compra de obrigações, enquanto persistem dúvidas sobre o risco político em França e pelas perspetivas de um Brexit duro. Do outro lado do Atlântico, as taxas de juro norte-americanas ou a incerteza em relação a Donald Trump também têm impacto na Europa.

No caso de Portugal, o Fórum para a Competitividade aponta ainda outras razões para os resultados do leilão de dívida pública a dez anos. Inquietação nos investidores em relação à banca e a uma eventual reestruturação da dívida pública levam Portugal a ser o país com juros mais alto, em comparação com Espanha, Alemanha ou Itália.

“As taxas de juro portuguesas subiram mais do que as dos restantes países, num contexto de perda de confiança dos investidores internacionais, quer devido a discussões sobre reestruturação da dívida, quer sobre uma eventual nacionalização do Novo Banco”.

“Para os próximos meses, há claros riscos de intensificação desta subida, desde o fim do programa de compras do BCE até às várias eleições na Europa. Aliás, os riscos de novas subidas de juros permanecem, com declarações de alguma dureza quer das instituições europeias, quer de agências de rating (Fitch), quer da Bloomberg, que fala da mais inclinada curva de rendimentos da Europa”, acrescenta ainda a associação.

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