O responsável pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade Financeira, Klaus Regling, congratulou-se hoje com as propostas da EBA – Autoridade Bancária Europeia, para a criação de um “banco mau” (bad bank) europeu para absorver o elevado crédito malparado em vários países da zona do euro, dizendo que “seria um instrumento valioso para melhorar a estabilidade financeira do bloco europeu”, disse o chefe do fundo de resgate da zona do euro nesta segunda-feira.
Um plano para estabelecer uma “empresa de gestão de activos” que facilitaria a negociação dos mais de 1 trilião de euros de créditos problemáticos nos balanços dos bancos da UE foi apresentado hoje, segunda-feira, pela Autoridade Bancária Europeia.
A Autoridade Bancária Europeia sugeriu esta segunda-feira que a União Europeia deveria criar uma entidade de gestão de activos com recursos públicos que ficasse com uma parte do crédito malparado dos bancos, avança a Reuters. A notícia diz que o presidente do conselho de administração da EBA, Andrea Enria, considera que encontrar uma solução para o malparado é “urgente e viável”.
Num discurso realizado esta segunda-feira, no Luxemburgo, Andrea Enria explicou como é que os bancos poderiam vender parte do seu crédito malparado a esta empresa de gestão de activos “pan-europeia”. Segundo o plano apresentado, os créditos seriam avaliados de acordo com o seu “valor económico real”, portanto ao valor nominal – em vez do valor de mercado – e a empresa (uma espécie de “bad bank”) teria cerca de três anos para vender esses créditos.
“Seria útil algum tipo de intervenção do Estado para ajudar a iniciar este processo”, disse Enria, apelando à alocação de recursos públicos para a criação de um mercado secundário para o crédito malparado, que poderia atrair capital privado.
Klaus Regling congratulou-se com as propostas da EBA e pediu algum tipo de apoio público à criação de um “bad bank” à escala da UE.
O director do Mecanismo Europeu de Estabilidade afirmou ainda que a nova entidade teria o objectivo de adquirir até 250 mil milhões de euros de crédito malparado de bancos da UE.
“Algum papel do setor público é provavelmente necessário”, disse.
O plano da EBA não prevê a partilha de riscos bancários entre estados da UE, disse Klaus Regling, sublinhando que isso “politicamente é uma vantagem”. A “factura” será apenas dos credores do banco e do Estado de origem da instituição em causa.
A Alemanha, a maior economia da UE, opôs-se há muito tempo aos planos de partilhar riscos bancários entre estados-membros, temendo que os contribuintes alemães acabassem a pagar a conta do resgate de bancos de outros países.
Itália, Grécia, Chipre, Portugal e Eslovénia estão entre os estados da UE com o nível mais alto de crédito problemático nos seus sistemas bancários, segundo dados da EBA.
A banca italiana tem, actualmente, cerca de 276 mil milhões de euros de crédito malparado, mais do que qualquer outro sector bancário da UE.
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