A emissão de até 400 milhões de euros de dívida subordinada (que conta para Tier 2 do rácio de capital) tem tomada firme do Fundo de Resolução, tal como estava previsto no âmbito dos compromissos assumidos junto das autoridades europeias, para assegurar a luz verde de Bruxelas à reestruturação e venda do Novo Banco, em outubro do ano passado.
Tal como anunciado na altura ficou estabelecido que, “se não for possível concluir com êxito a emissão de instrumentos de fundos próprios de nível 2 através de meios privados”, o Fundo de Resolução subscreverá o valor remanescente até ao total de 400 milhões de euros.
António Ramalho já está com os investidores institucionais portugueses
Estão a decorrer reuniões com investidores institucionais em Lisboa nesta sexta-feira (tiveram início à 13 horas), na sede do Novo Banco, com vista a apresentar a emissão de até 400 milhões de euros de instrumentos de dívida subordinada, assim como uma oferta de aquisição e de troca de obrigações sénior do grupo que o banco pretende fazer com esta emissão.
Na segunda-feira o CEO do banco, António Ramalho, ruma a Londres para reunião com os investidores institucionais sediados em Londres.
É o chamado roadshow, onde o Novo Banco procura convencer gestoras de fundos a subscrever uma emissão de até 400 milhões de euros de instrumentos de dívida subordinada (Tier 2), que servirá, em primeiro lugar e até ao limite de 300 milhões, para dar em troca de obrigações seniores do grupo, no âmbito de uma oferta de aquisição desses títulos de cupão zero.
A emissão tem a maturidade de 10 anos com opção de reembolso antecipado por parte do Novo Banco ao fim de cinco anos.
A operação tem como joint lead managers a JP Morgan e o Morgan Stanley.
O banco tem como valor mínimo indicativo para a troca de obrigações seniores 250 milhões de euros. Se a procura nesta oferta pública de troca, exceder a oferta (que, recorde-se, não pode ultrapassar os 300 milhões das novas obrigações Tier 2 que vão ser emitidas), então o banco compromete-se a pagar o adicional em cash para detentores de obrigações cuja procura exceda a oferta.
Da nova emissão de até 400 milhões o Novo Banco garante que pelo menos 100 milhões serão colocados em mercado.
O Novo Banco chega ao mercado um dia depois da CGD ter feito uma emissão de títulos da mesma categoria (obrigações subordinadas tier 2 de maturidade a 10 anos, com opção de reembolso antecipado por parte da CGD decorridos cinco anos) a uma taxa a 5,75%. O mercado está expectante em saber quanto é que os investidores vão aceitar pagar pela emissão do Novo Banco, que tem como maior acionista os norte-americanos da Lone Star.
A possibilidade de ser o Fundo de Resolução a subscrever o remanescente vai depender da atratividade destes títulos para os investidores pelo que o roadshow é decisivo.
Se o Fundo de Resolução for chamado a subscrever esta emissão de dívida subordinada o que vier a ser subscrito será deduzido aos 3.890 milhões de euros do mecanismo de capital contingente. O Fundo de Resolução já foi chamado a pôr 792 milhões de euros, dos quais 400 milhões com empréstimo do Estado.
(atualiza com Joint Lead Managers)
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