O ex-presidente do Banco Espírito Santo e Amílcar Morais Pires, um dos responsáveis financeiros do banco, terão até pressionado a gestão da PT a canalizar excedentes de tesouraria para depósitos do BES.
Henrique Granadeiro e Zeinal Bava foram ouvidos ao telefone, em 2011 e 2012, a receber “ordens” de Ricardo Salgado que terão prejudicado a Portugal Telecom (PT),
escreve o
Jornal de Notícias, na
edição deste
sábado
. O Ministério Público está a investigar escutas telefónicas realizadas entre esses anos como meio de prova de que o antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES) tinha influência na operadora, subordinando os gestores às suas exigências.
A entidade bancária era um dos maiores acionistas da PT. Nesse sentido, Ricardo Salgado aproveitava a liderança para agendar “pequenos almoços” e reuniões que se destinavam a dar instruções à administração da firma, de acordo com o JN. A ser investigados pela justiça portuguesa estão ainda os indícios de que Ricardo Salgado recebia em primeira mão os documentos estratégicos da PT de tomava medidas para prejudicar a empresa.
Como é que se pagava este poder? A acusação considera que o ex-dirigente do BES recebia luvas que chegaram a atingir os 45 milhões de euros e que foram pagas durante vários anos através de transferências para offshores na Suíça e em Singapura.
Ricardo Salgado e Amílcar Morais Pires, um dos responsáveis financeiros do BES, terão até pressionado a gestão da PT a canalizar excedentes de tesouraria para depósitos no BES. Além disso, terá ainda tido um papel decisivo no desbloqueio de um acordo entre a PT e a Impresa na disponibilização de canais na Meo. No entanto, a Carlos Cruz, do departamento financeiro da PT, não concordava com as decisões tomadas por Henrique Granadeiro e Zeinal Bava.