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“Esperamos sentir o efeito do investimento público no segundo semestre do ano”

A produção de betão em Portugal está a recuperar, devido ao investimento privado, depois de ter atingido o seu ponto mais baixo em 2013.
Reuters
29 Junho 2017, 07h10

Em declarações ao Jornal Económico, João Duarte, diretor-executivo da Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto (APEB), explica que economia privada está a investir na reabilitação e até na construção nova e que se espera uma continuação da tendência com o aumento do investimento público.

Como tem evoluido o setor?

Em 2016, o setor conseguiu repetir o aumento do ano anterior, quando o investimento público foi o menor de sempre. Batemos no fundo em 2013, onde a indústria de betão pronto registou mínimos de 20 anos, ao sofrer uma queda acumulada de 70% face a 2008. A partir de 2014, o setor voltou a crescer, pouco a pouco e graças à iniciativa privada.

Os membros da APEB produziram no ano passado um total de 2,7 milhões metros cúbicos de betão pronto. Estimamos que a produção total de betão pronto no país ronda os 3,5 milhões de metros cúbicos.

Quais são as perspetivas para este ano?

Este ano, os sinais são muito bons. O clima está melhor e, sobretudo, a economia privada está a investir na reabilitação e até na construção nova. Estou em contacto com muitas empresas e o que tenho ouvido é tudo muito positivo. Até há dificuldade em dar resposta a todas as solicitações. Devido ao aumento de investimento público, previsto no orçamento do Estado para 2017, as perspetivas futuras só podem ser boas. Esperamos sentir o efeito no segundo semestre do ano.

Quais são os principais desafios para o setor?

O transporte de betão pronto precisa urgentemente de uma legislação adequada. Estamos a trabalhar para, ainda este ano, iniciar o processo para conseguir uma exceção à lei atual do transporte de mercadorias. Há um regulamento europeu que estabelece os limites dos tempos de condução, as pausas e os tempos de repouso. Estas regras pretendem aumentar a segurança nas estradas e fazem sentido para o transporte de mercadorias, mas não para o transporte de betão. O camião betoneira vai da central até à obra, ou seja, curtas-distâncias e está a maior parte do tempo parado com o motor ligado para manter o betão em movimento e evitar que endureça.
A APEB tem ainda outras propostas a apresentar. Queremos conseguir o aumento do peso máximo dos veículos de quatro eixos, que é o tipo mais utilizado no transporte do betao pronto. Isso vai permitir reduzir simultaneamente o consumo de gasóleo, as emissões de dióxido de carbono e o número de veículos pesados em circulação. Claro que a nossa proposta é consciente quanto à segurança rodoviária. O objetivo é distribuir o aumento do peso pelos vários eixos de forma a que o peso máximo por eixo não seja ultrapassado.

Artigo publicado na edição digital do Jornal Económico. Assine aqui para ter acesso aos nossos conteúdos em primeira mão.

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