Depois da divulgação dos contratos de Castillo e Ferreyra num blogue, o Benfica está a ultimar uma participação criminal contra a Liga de Clubes e a FPF, que deverá dar entrada nos tribunais ainda esta semana. Marcas personalizadas encapotadas nos contratos, registados em quatro entidades (FIFA TMS, Liga, FPF e SEF), permitiram já aos encarnados descartar suspeitas sobre a FIFA e o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
O Jornal Económico sabe que a SAD do Benfica está a preparar uma queixa crime contra a Liga de Clubes e a Federação Portuguesa de Futebol, as duas entidades que receberam os contratos dos reforços benfiquistas com marcas personalizadas encapotadas que permitem identificar a origem dos documentos divulgados no blogue ‘Mercado de Benfica’ nesta segunda-feira, 16 de julho.
Ou seja, as marcas detectadas só poderão vir destas duas entidades, ainda que os encarnados não consigam assegurar, à partida, qual é a entidade que está na base da fuga de informação para o blogue “mercadodebenficapolvo.wordpress.com” que tem divulgado e-mails e outros documentos da equipa encarnada. Isto porque, os serviços internos da Liga e FPF costumam trocar entre si informações sobre contratos, pelo que a SAD do Benfica vai avançar com uma queixa crime contra ambas entidades, remetendo para a justiça o trabalho pericial e a investigação devida para apurar qual daquelas duas entidades esteve efectivamente na origem da fuga da informação.
Sobre a participação criminal que já tinha sido ontem anunciada pelo Benfica, em comunicado, estar em análise, fonte oficial dos encarnados apenas avança que “está a ser ultimada a análise com vista à participação criminal”, escusando-se a identificar quais são as entidades que serão alvo da queixa crime.
Os contratos de Nicolás Castillo e Facundo Ferreyra, jogadores contratados esta época, foram divulgados pelo blogue ‘Mercado de Benfica, e neles surgem os valores dos salários e prémios dos avançados. No total, segundo o que consta nos referidos documentos, os encargos com a dupla atingem os 32,1 milhões de euros. Um montante que se deverá ainda juntar os 7,8 milhões despendidos na contratação de Castillo (valor da transferência mais os encargos com a intermediação), elevando a fatura do clube com estes dois reforços para 40 milhões de euros.
O Benfica reagiu, ontem, em comunicado e informou que irá efetuar uma participação criminal. Segundo o clube, os contratos foram registados na plataforma FIFA TMS, Liga, FPF e Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, por se tratar de jogadores estrangeiros, referindo ainda terem sido “feitas marcas personalizadas encapotadas que permitirão identificar a origem do documento em causa”.
De acordo com os contratos divulgados, Ferreyra, que chegou à Luz em final de contrato com o Shakhtar Donetsk, obrigou os encarnados a um esforço financeiro que poderá chegar a perto de 20 milhões de euros (19,6 milhões). Nas contas entram ainda o salário de 1,9 milhões brutos que receberá por época, e ainda o prémio de assinatura, pago em duas prestações, que o avançado argentino terá encaixado: dois milhões de euros. E ainda mais dois milhões anuais de prémio de fidelidade. Segundo o prospeto anteriormente divulgado pela SAD, os serviços de intermediação somam os dois milhões de euros.
Já Castillo, receberá nesta época 2,3 milhões de euros, estando previstas actualizações anuais de 100 mil euros a cada ano, elevando, assim, aquele montante para 2,7 milhões no quinto ano. Aos 12,5 milhões em salários juntam-se os 7,8 milhões desembolsados pelo clube na contratação e serviços de intermediação, de acordo com o mesmo prospeto da SAD.
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