Já há um candidato à presidência da Associação Mutualista Montepio Geral cujas eleições são em dezembro. Fernando Ribeiro Mendes anunciou dentro da Associação Mutualista onde é administrador que avança para a corrida à presidência da Associação, cujas eleições são em dezembro.
Fernando Ribeiro Mendes formaliza assim uma intenção que era já velada nas várias intervenções públicas. Recorde-se que escreveu um artigo de opinião no jornal Público no dia 24 de março, sob o título “Montepio: virar de página inadiável” em que assinava como Administrador do Montepio Geral Associação Mutualista, que era já visto como uma preparação para a sua candidatura.
Na altura a administração liderada por Tomás Correia não gostou e o resultado foi que Ribeiro Mendes, que até aqui detinha os pelouros de meios, serviços partilhados, compras, estudos mutualistas e secretariado geral, passou a não ter qualquer pelouro distribuído. No entanto, uns dias depois eram feitas as pazes e os pelouros devolvidos.
Fernando Ribeiro Mendes concorre contra Tomás Correia, atual presidente da Associação Mutualista, que ainda não admitiu se vai ou não recandidatar-se. Mas os seus planos já anunciados no sentido de criar um banco da economia social, com a constituição de um fundo de capital de risco para financiar projetos da economia social, forçam a que seja assegurada a continuidade da liderança da Associação Mutualista. Ou seja, para cumprir o seu desejo, Tomás Correia terá de continuar presidente da Associação Mutualista, que vai a eleições em dezembro, ou, em alternativa, patrocinar uma candidatura para um novo mandato. Tomás Correia não falou do assunto na conferência de imprensa que anunciou a entrada de 50 entidades da economia social no capital da Caixa Económica Montepio Geral, e a única vez que abordou o tema foi para chamar “albergue espanhol” ao designado Grupo de Reflexão Mutualista, que tem entre os seus membros Luís Campos Cunha, António Bagão Félix, Vital Moreira, João Proença, Eugénio Rosa e João Costa Pinto.
As listas de candidatura aos órgãos sociais da Associação Mutualista dona da Caixa Económica Montepio Geral têm de ser entregues em outubro, e o ato eleitoral será em dezembro.
Fernando Ribeiro Mendes, numa reunião em Lisboa em junho para discutir o futuro do mutualismo mas que acabou por ser visto como a ante-câmara de um ato de campanha eleitoral, defendeu que a Associação Mutualista deve preparar-se desde já para as novas condições de supervisão que o Código das Associações Mutualistas acarreta, segundo noticiou a Sábado na altura.
Recorde-se que Fernando Ribeiro Mendes é da administração liderada por António Tomás Correia, e foi o único que no ano passado votou contra aumento de capital da CEMG e contra a OPA sobre o fundo de participação.
A estratégia de Ribeiro Mendes parece ir no sentido oposto à da Tomás Correia, não querendo o reforço da importância da Caixa Económica no projeto do mutualismo da Associação.
O primeiro que vai agora apresentar-se como candidato a Presidente do Conselho de Administração da Associação Mutualista, conta com o apoio do Grupo de Reflexão Mutualista, segundo as nossas fontes.
Fernando Ribeiro Mendes foi Secretário de Estado da Segurança Social do Governo de António Guterres, não tendo assumido mais funções governativas desde então, ou seja, há mais de 20 anos. É membro do Conselho Geral da Associação Mutualista desde 2015 depois de uma curta passagem como presidente do INATEL a convite de Pedro Mota Soares (ministro do trabalho do Governo de Pedro Passos Coelho).
O Público já noticiava em março que estaria a ser preparada uma lista única contra Tomás Correia na liderança da Associação Mutualista Montepio Geral. Segundo o diário a lista alternativa a Tomás Correia, emanava da administração executiva da Associação e incluía Fernando Ribeiro Mendes.
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