A Fintech é uma componente cada vez mais importante da economia britânica. O sector emprega mais de 60 mil pessoas no Reino Unido e gerou 6,6 mil milhões de libras (cerca de 7,6 mil milhões de euros) em 2015. Avaliações independentes da EY e da Deloitte classificam Londres como o principal centro mundial de Fintech. O Governo Britânico está fortemente empenhado em apoiar este sector.

Em 2013, os objectivos da FCA (a Autoridade de Conduta Financeira) foram alterados de forma a reconhecerem que a inovação é um elemento-chave para a promoção de um sector financeiro mais competitivo. Nesse ano, a FCA criou o Project Innovate e o Innovation Hub para ajudar as empresas a introduzir produtos ou serviços financeiros inovadores – ou significativamente diferentes – no mercado.

A FCA foi também o primeiro regulador a introduzir um esquema de protecção regulatória – conhecida por regulatory sandbox – que criou um ambiente seguro no qual as empresas podem testar produtos, serviços e modelos de negócio inovadores em ambiente real, com clientes reais. A FCA acolheu o primeiro grupo de “Fintechs” nesta sandbox em Maio de 2016 e encerrou, recentemente, as candidaturas para o segundo grupo.

O Banco de Inglaterra também tem estado muito activo neste campo. Lançou uma startup que apoia o lançamento de novos bancos no início deste ano e anunciou novas medidas que incluem o alargamento do acesso a fundos do banco central a fornecedores de sistemas de pagamentos não-bancários; dando acesso a dinheiro do banco central a novas formas de grossistas de liquidação de títulos no futuro; e lançando o FinTech Accelerator.

O Governo apoia igualmente as Fintech britânicas que procuram crescer internacionalmente através de iniciativas como a FinTech Bridges – com países como Singapura, Coreia do Sul e China. Criando estas ligações entre governo, reguladores e privados, estas “pontes” reduzem as barreiras à entrada em novas jurisdições e colocam estas empresas perante oportunidades de investimento internacional.

Por último, mas não menos importante, Londres vai acolher, a 12 de Abril, uma conferência internacional de Fintech para atrair mais investimento neste sector. A conferência tem como objectivo pôr as Fintech britânicas em contacto com investidores nacionais e internacionais para manter a posição do Reino Unido como líder mundial.

A Embaixada Britânica em Lisboa está a trabalhar com um número significativo de empresas portuguesas de Fintech com interesse em expandir a sua actividade no mercado britânico. Empresas como a Closer e a Infosistema decidiram estabelecer-se no Reino Unido e já beneficiam das vantagens de fazer parte deste ecosistema. Outras, como a Advicefront, optaram por sediar-se no Level39, o maior acelerador da Europa nesta área. Mas sabemos que existem em Portugal muitos mais empreendedores, empresas inovadoras e investidores com interesse no sector das Fintech, pelo que gostaria de ver muitos portugueses a participar nesta conferência.

A autora escreve segundo a antiga ortografia.