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Hawking: Inteligência artificial vai acabar com os empregos de classe média

Na coluna de opinião que mantém no The Guardian, o cientista britânico sublinha que a mudança “irá acelerar a crescente desigualdade económica a nível mundial”
2 Dezembro 2016, 20h47

Os trabalhos associados à classe média irão desaparecer ou piorar em qualidade devido à generalização da inteligência artificial e ao aumento da automação, alertou Stephen Hawking.

“A automação das fábricas já eliminou trabalhos nas empresas tradicionais e o aumento da inteligência artificial possivelmente irá estender esta destruição do trabalho também à classe média, fazendo com que só sobrevivam os empregos mais criativos ou de supervisão”, pode ler-se na coluna de opinião de Stephen Hawking no The Guardian.

Tal como outros especialistas deste ramo, o cientista britânico está preocupado com os efeitos que a tecnologia terá no mundo do trabalho nos próximos anos e décadas. Enquanto a inteligência artificial proporcionará um aumento radical da eficácia na indústria, para o cidadão normal esta mudança representará um aumento do desemprego e da incerteza, uma vez que as tarefas desempenhadas pelos humanos irão ser substituídas por máquinas.

De acordo com Hawking, “isto irá acelerar a já crescente desigualdade económica a nível mundial”. “A Internet e estas plataformas permitem que pequenos grupos de indivíduos tenham enormes lucros, empregando poucos trabalhadores”, continuou o cientista.

A tecnologia já eliminou muitas funções laborais tradicionais e empregos da classe trabalhadora, mas agora poderá ter efeitos nefastos também na classe média.

Sabe-se que três em cada dez dos maiores empregadores mundiais já estão a substituir os seus trabalhadores por máquinas.

Segundo um relatório publicado pelo Citibank em fevereiro de 2016 em parceria com a Universidade de Oxford, 47% dos empregos nos EUA estão em risco de ser substituídos por máquinas. No Reino Unido, 35% corre o mesmo risco. Na China, uma avassaladora percentagem de 77% incorre em idêntico risco, em contraste com a média da OCDE de 57%.

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