“Mandei anular isso. Já caiu a cláusula de confidencialidade” imposta pelo antigo presidente dos “leões” no contrato de rescisão de Jorge Jesus. Foi desta forma que o presidente da Sporting SAD revelou ao Jornal Económico que deu seguimento ao pedido do ex-treinador sportinguista para anular o pacto de silêncio a que ficou obrigado sobre os três anos que passou em Alvalade. Um pacto que, se fosse quebrado, obrigava as partes ao pagamento de dez milhões de euros.
“Só falta assinar”, revelou ao JE Sousa Cintra, referindo-se ao novo aditamento à rescisão de Jorge Jesus, que faz terminar a cláusula de confidencialidade nos termos em que existia e que obrigava qualquer das partes (membros da SAD e ex-treinador) ao pagamento de dez milhões de euros caso fosse quebrado o acordo que impedia falar sobre factos, acontecimentos, administradores da SAD, situações no balneário ou reuniões com responsáveis da Sporting SAD.
O advogado de Jorge Jesus explicou ao Jornal Económico que o aditamento à rescisão terá agora de ser assinado, o que deverá demorar pouco mais de uma semana dado que o ex-treinador do Sporting se encontra na Áustria, onde a nova equipa saudita, que orienta, vai realizar o estágio de pré-época – e que conta já com o extremo peruano do Benfica, André Carrillo, que vai jogar na próxima época no Al-Hilal.
O fim da cláusula de confidencialidade deverá, assim, ser um assunto definitivamente encerrado até ao fim do mês de julho, depois de Jesus assinar aquele aditamento na Áustria e de o documento regressar a Lisboa pela mão da mulher do técnico português (que vai viajar para Lienz nos próximos dias).
A decisão de anular esta cláusula de confidencialidade, que só deveria cessar em 2023, é extensível aos dez adjuntos de Jorge Jesus, tendo os contratos de rescisão previsto, neste caso, uma indemnização de um milhão de euros que teria de ser paga caso não fosse cumprido o pacto de silêncio nos próximos cinco anos.
Este dossiê foi protagonizado por Sousa Cintra, que acedeu ao pedido do ex-treinador do Sporting quando tentou o regresso de Jorge Jesus a Alvalade, numa abordagem ao ex-técnico que ocorreu no final da época, na véspera da Assembleia Geral de 23 de junho, que levou à destituição de Bruno de Carvalho da presidência do clube.
Recorde-se que Jesus assinou a 5 de junho o contrato de rescisão com o Sporting, sem cláusula anti rivais, o que significa que a qualquer altura o agora técnico do AL-Hilal pode assinar por Benfica ou FC Porto. Mas com uma outra cláusula: de confidencialidade, obrigando-o a não pode fazer revelações sobre o tempo passado no Sporting nem fazer declarações que atentem contra os dirigentes do clube ou o próprio clube.
A existência desta cláusula foi revelada, a 8 de junho, pelo próprio Jorge Jesus quando assumiu, pela primeira vez, que não podia falar do que acontecera no clube na última temporada, nem dos anos anteriores que passou em Alvalade. Há mesmo quem diga que a divulgação de determinadas situações, ocorridas essencialmente durante as últimas duas décadas, são as que “mais podem fragilizar a imagem de antigos dirigentes do clube e da SAD.
“O que posso dizer é que, neste momento, tenho uma cláusula de confidencialidade na minha rescisão, sendo penalizado se fugir a esta cláusula. Portanto, não me posso alongar sobre o tempo que estive no Sporting e sobre o que aconteceu no Sporting”, disse durante uma palestra promovida pelo International Club of Portugal.
Nas primeiras entrevistas após a sua saída do Sporting e das agressões em Alcochete, Jesus revelou que Sousa Cintra fez tudo para que voltasse e que pediu ao seu advogado e ao presidente do Sporting a anulação da cláusula de confidencialidade imposta na sua carta de rescisão por Bruno de Carvalho, antigo presidente dos “leões”.
“Fiz esse pedido”, admitiu o técnico do Al Hilal em entrevista ao Correio da Manhã. “Não sei se depende só dele, mas espero que possa ajudar”, disse o treinador que se encontra atualmente em estágio na Áustria.
Questionado sobre a final da Taça de Portugal, que o Sporting perdeu para o Desportivo das Aves dias depois da invasão à academia de Alcochete, Jesus reconheceu que a equipa não deveria ter jogado no Jamor. “Não devíamos ter jogado a final da Taça”, diz Jesus, “os jogadores não estavam em condições“.
Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui aqui ao JE Leitor
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com