A chanceler alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro chinês, Li Kegiang, deram os primeiros passos para estreitar os laços comerciais, a modo de possibilitar uma aliança global que sirva de contrapeso à agenda do Presidente norte-americano, Donald Trump.
O primeiro-ministro chinês e a chanceler alemã, em chamada telefónica, abordaram “temas bilaterais e multilaterais”, de acordo com o porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert, que confirmou o convite aceite por parte de Li Kegiang para ir à Alemanha e manter as conversações sobre assuntos comerciais e económicos.
O porta-voz, em comunicado, assegurou que “os dois falaram a favor do livre comércio e de uma ordem comercial mundial estável”, acrescentando que “as negociações para um acordo europeu-chinês, sobre investimentos, deveria ser levado a cabo o quanto antes”. A China é a maior exportadora mundial, enquanto que a Alemanha ocupa a terceira posição.
A conversação entre os dois gigantes exportadores baseou-se numa defesa clara sobre o livre comércio, logo agora que Trump findou o Tratado Transpacífico e intensificou a sua retórica proteccionista. Merkel manifestou a sua preocupação face a isso e, por sua vez, o Presidente chinês, Xi Jinping, comparou a estar “dentro de um quarto escuro”. Luís de Guindos garante que a UE defende o comércio livre, apesar dos planos de Trump.
Num artigo de opinião, para a Bloomberg Businessweek, de quinta-feira, Li Kegiang reforçou a mensagem sobre o respeito da China relativamente aos acordos comerciais multilaterais e a Organização Mundial do Comércio e denominou o país mais povoado do mundo como “uma âncora de estabilidade e crescimento”, em ordem mundial.
“É muito melhor que os países troquem produtos e serviços e se unam por meio de associações de investimento ao invés de críticas e bandeiras erguidas”, sublinhou o primeiro-ministro chinês.
Na Alemanha, o governo de Merkel manifestou-se preocupado com a mudança para uma atitude protecionista que ameaça o setor de exportação do país e da economia europeia.
“O que chega dos EUA e o que ouvimos de outros países é bastante perigoso, tanto para a economia mundial, como para nós”, argumentou o vice-chanceler, Sigmar Gabriel, um dos lesgiladores na Câmara Baixa Alemã.
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