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Louçã diz que Portugal não tem “possibilidade de sustentar os juros da dívida”

O economista considerou a dívida e o sistema financeiro os dois principais riscos para a economia portuguesa.
16 Março 2017, 20h19

O ex-líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, afirmou hoje que  Portugal “não tem nenhuma possibilidade de sustentar os juros da dívida” em caso de não reestruturação da mesma, noticia a Lusa.

“Portugal está hoje numa situação que não tem sentido, porque não tem nenhuma possibilidade de sustentar os juros da dívida. Estão a pedir a Portugal que responda à dívida que foi acumulada pelo aumento dos juros, com uma política que nenhum outro país conseguiu fazer”, afirmou o antigo coordenador do Bloco de Esquerda, num encontro sobre “os riscos da economia portuguesa e os remédios possíveis”, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda, citado pela Lusa.

O economista considerou a dívida e o sistema financeiro os dois principais riscos para a economia portuguesa.

Louçã considerou que “não há nenhuma economia europeia, nem a grega, que tenha um pagamento de juros tão importante na escala do seu produto” como a portuguesa. “Nenhuma empresa aceita um juro acima daquilo que consegue produzir”, acrescentou.

“Se o juro da dívida não fosse de 3,5% ou 4%, mas sim de 1%, o que o Banco Central Europeu pode aceitar sem qualquer dificuldade, Portugal reduziria a dívida em cerca de 40% do seu produto [interno bruto]”, disse ainda.

 

Ao sistema financeiro Francisco Louçã atribui um problema particular. “O sistema bancário que opera na nossa economia, com a aquisição do Novo Banco por um fundo norte-americano, passa a ter apenas 25% de capital detido por nacionais”, disse.

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