As restrições às descargas na empresa Celtejo, de Vila Velha de Ródão, vão prolongar-se por mais 30 dias, sendo agora imposta uma redução de 30% do volume diário de efluente a rejeitar. Caso se registe um agravamento da qualidade da água do rio Tejo, a limitação pode regressar aos 50%. A medida foi hoje anunciada pelo ministério liderado por João Matos Fernandes.
“A medida agora imposta vigora entre 7 de março e 7 de abril de 2018”, revela o Ministério do Ambiente, em comunicado.
A 26 de fevereiro, a Agência Portuguesa do Ambiente determinou a adoção de medidas provisórias com vista à revisão do Título de Utilização dos Recursos Hídricos da empresa Celtejo. Entre as várias medidas impostas, estava a redução em 50% do volume diário do efluente rejeitado.
O Ministério do Ambiente avança agora que tendo-se verificado uma melhoria das condições de laboração na Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais da empresa, durante o próximo mês a limitação do caudal passa para 30% do valor inscrito na licença inicial. Ou seja, o caudal fica limitado a um valor máximo diário de 10.500 m3/dia.
“A restrição agora revista obriga, em simultâneo, a uma redução da concentração do parâmetro CBO5 (carência bioquímica de oxigénio), que passa a ser de 1,6 kg por tonelada de pasta de papel produzida (kg/tSA)”, realça o Ministério do Ambiente, dando conta que este valor era inicialmente de 2,5 kg/tSA e durante os últimos 40 dias foi de 1,8 kg/tSA.
Ou seja, com o aumento do caudal de efluente agora permitido é exigida uma maior restrição quanto às cargas a rejeitar.
O ministério liderado por João Matos Fernandes recorde-se que, na licença inicial, a empresa estava autorizada a rejeitar 15 mil m3/dia. Após o incidente de 24 de janeiro, momento em que a concentração de oxigénio dissolvido na albufeira de Fratel foi de apenas 1,1 mg/litro, foi imposta uma redução das descargas a um máximo de 7.500 m3/dia.
“Há cerca de um mês que a concentração de oxigénio na água não baixa dos 7 mg/litro (o limite mínimo de qualidade é de 5 mg/l) pelo que se pode considerar como boa a qualidade da água do Tejo”, realça o comunicado.
O Ministério do Ambiente avança ainda que as análises diárias realizadas pela Agência Portuguesa do Ambiente vão manter-se e, caso o valor de oxigénio dissolvido registado na barragem do Fratel desça abaixo dos 6 mg/l, a restrição à rejeição de efluente da Celtejo regressará a 50% do valor inscrito na licença inicial.
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