[weglot_switcher]

Mourinho Félix diz que a banca está “em melhores condições para tirar partido da inovação tecnológica”

Durante a conferência da ASFAC o secretário de Estado deixou um recado aos bancos: “Aquilo que se exige é que os bancos assegurem uma correta avaliação da evolução do risco do crédito e que adotem as medidas necessárias para evitar uma afetação ineficiente dos recursos financeiros”. Mourinho Félix diz que “Portugal tem de entender as fintech como uma oportunidade”.
Cristina Bernardo
23 Outubro 2017, 19h45

A ASFAC debateu as fintech no ISEG com presença de Ricardo Mourinho Félix, Secretário de Estado Adjunto e das Finanças.

“As fintech no crédito especializado, oportunidades e desafios” foi o tema da conferência anual da Associação de Instituições de Crédito Especializado (ASFAC), que apresentou as principais conclusões do estudo sobre as novas tendências do Crédito ao Consumo na Europa. Um documento realizado pela universidade italiana de Bocconi.

Segundo o comunicado da associação liderada por António Menezes Rodrigues, o governante defendeu que “o setor bancário encontra-se hoje estabilizado e, por isso, em melhores condições para tirar partido da inovação tecnológica, para aumentar a sua eficiência e a segurança na prestação de serviços”.

Para o secretário de Estado “cabe ao setor bancário, agora com melhores níveis de eficiência, definir uma estratégia adequada à redução do crédito malparado e promover uma análise de risco que beneficie das novas tecnologias da informação”.

Ricardo Mourinho Félix disse ainda esperar que este evento permita um “encontro do setor bancário e das empresas financeiras com as fintech e com empresas startup numa reflexão que se espera o mais produtiva possível sobre o futuro do setor financeiro”, defendeu que Portugal têm de entender as ‘fintech’ como uma oportunidade”, e lembrou que, em novembro, Portugal vai voltar a acolher a Web Summit.

Mourinho Félix deixou recados ao nível da supervisão financeira. Aquilo que se exige é que os bancos “assegurem uma correta avaliação da evolução do risco do crédito e que adotem as medidas necessárias para evitar uma afetação ineficiente dos recursos financeiros”. É que “o crescimento excessivo do crédito ao consumo (…) gera um crescimento insustentável”, dessa forma, “desvia recursos do setor produtivo” e “Portugal não pode correr esse risco”.

O membro do Ministério das Finanças que encerrou a conferência explicou que é importante “assegurar que as instituições de crédito têm políticas de risco adequadas” para que “afetem o crédito àqueles que, dele necessitando, têm capacidade de o reembolsar”.

A conferência que decorreu na Lisbon School of Economics & Mangement, ISEG, em Lisboa, contou ainda com a participação Umberto Filloto, professor na Universidade de Bocconi, João Duque, economista e docente no ISEG, e de Hélder Rosalino por parte do Banco de Portugal.

Hélder Rosalino foi um dos oradores e destacou o crescimento em 50% das fintech ligadas à área financeira na Europa. Uma revolução tecnológica que vai ganhar ainda mais dimensão quando a geração dos Millennials chegar às empresas, lembrou o responsável do supervisor bancário. Hélder Rosalino falou também da necessidade de regulamentar esta área a nível europeu.

António Menezes Rodrigues, presidente da ASFAC, falou dos benefícios das fintechs mas também alertou para “os perigos desta nova realidade que vai mudar a relação que os cidadãos têm com o dinheiro”.

O responsável da ASFAC sublinhou ainda a importância dos associados se adaptarem às novas tecnologias que vão surgindo na área financeira.

FinTech é o termo usado para designar as startups que trabalham para facilitar a vida financeira do cliente. Consiste no uso de novas tecnologias por empresas do setor financeiro para a entrega de serviços financeiros. O uso de smartphones para o uso de bancos móveis e a possibilidade de realizar investimentos são exemplos da aplicação da tecnologia que tornam o acesso a serviços financeiros e bancários mais acessíveis à população, que podem ir desde meios de pagamento online a aplicações de gestão financeira pessoal e empresarial, além de plataformas de crowdfunding.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.