O futebol não é apenas habilidade técnica, também se faz de capacidade mental. Messi confirmou-0 a partir da marca de grande penalidade. ‘Bastaria’ um remate colocado, como já tantas vezes fez na vida, e a Argentina passava para a frente, derrubando o muro de gladiadores islandeses apoiados pelas suas alegres gentes. Mas o guarda-redes Halldórsson esticou-se e defendeu. Messi falhou pela terceira vez ao serviço da seleção e pela primeira vez num jogo oficial. Há momentos em que, como demonstrou Cristiano Ronaldo no dia anterior, o fundamental é manter a frieza e não vacilar. Desta vez, Messi não foi capaz. A sua candidatura ao prémio de ‘melhor do mundo’ para a FIFA (do ano em curso) sai beliscada depois da primeira ronda russa.
No jogo em que o veterano Mascherano passou a ser o mais internacional de sempre pela Argentina (144 jogos), outra constatação: a equipa é muito mais dependente de Messi que Portugal de Cristiano Ronaldo. E não tem a capacidade de circulação de bola da Espanha ou do Brasil. Faz impressão ver Dybala de fora e a ‘revelação’ Meza a titular. Di Maria também já teve melhores dias. Por tudo isso, e pela capacidade de luta demonstrada, a Islândia mereceu escapar à derrota na sua estreia num Mundial.
No jogo anterior (França, 2-Austrália, 1), outra verificação importante: o VAR, que deixou passar a falta de Diego Costa sobre Pepe, afinal funciona. Detectou uma grande penalidade e um golo! Óptimo. Oxalá se mantenha assim, a cuidar da verdade do jogo.
A França conseguiu os três pontos mas sentiu dificuldades. Teve de substituir Griezmann e Dembelé. O futebol físico parece bloquear a equipa, que não tem um líder criativo. Kanté dá referência e equilíbrio. Pogba junta o músculo. Tollisso não convence. Falta algo. Percebeu-se o recente empate com os EUA, no último jogo de preparação.
A Croácia, eliminada do Euro’2016 por Portugal, volta com a sua equipa carregada de estrelas – Modric, Perisic, Rakitic, Mandzukic, etc. – e de maturidade. Passará, com certeza, esta fase de grupos e será sempre um adversário difícil para qualquer, porque também sabe combater. Isso foi essencial perante a agressiva equipa da Nigéria (2-0).
O outro jogo foi desinteressante. Ganhou a Dinamarca (1-0), mas poderia ter sido ao contrário. O Peru falhou uma grande penalidade em dia cheio delas: cinco. Interessante a forma de Carrillo, que foi o melhor da sua equipa. Se continuar assim, vai render bom dinheiro ao Benfica.