Este mundo moderno das redes sociais não deixará de nos surpreender. O tweeterer @edgette22 descobriu que a Kentucky Fried Chicken, ou KFC, apesar de ter 1,22 milhões de seguidores no Twitter, apenas segue 11: Geri Halliwell, Melanie Brown, Emma Bunton, Melanie C, Victoria Beckham e Herb Scribner, Herb Wesson, Herb Waters, Herb Dean, Herb Sendek e Herb Alpert, ou seja, as cinco Spice Girls e seis Herbs. Por outras palavras, a KFC só segue “11 herbs and spices”, que é o que diz ser a base da receita secreta do molho dos seus famosos frangos. Esta descoberta já deu lugar a mais de 250 mil retweets e 560 mil likes. Hoje em dia conseguimos saber tudo e ter resposta às nossas dúvidas por elas, redes sociais, ou até descarregar as nossas frustrações e crucificar no espaço público aqueles que detestamos a partir do espaço tranquilo da nossa própria casa.

Graças às redes sabemos o que Trump pensa do seu rival coreano, do presidente da Câmara de Londres ou dos juízes dos EUA, sempre com bolinha no canto superior direito. Nunca um presidente comunicou de forma tão rápida, espontânea e colorida o que lhe ia na alma, o que levou à criação do museu dos tweets do Presidente, um novo tipo de museu da presidência. Só não sabemos o que pensa Trump desta iniciativa, porque estranhamente não tweetou sobre ela. Mas sabemos que noutra notável iniciativa o deputado Mike Quigley propôs a lei COVFEFE, para a preservação dos tweets de Trump pela Administração Nacional dos Registos e Arquivos, o que apenas assegura o que acontece com as declarações do Presidente à comunicação social.

Aliás, conta-nos o ugandês Geoffrey Ssenoga que já Idi Amin Dada fazia o mesmo uso da tecnologia com os meios da época, TV, telégrafo e jornais, que publicitavam os seus inúmeros decretos no registo Trumpster – como a expulsão da comunidade indiana do Uganda com um “quero ver as ruas de Kampala livres de indianos”. Se um excela no Twitter, o outro era campeão do telégrafo: brindou Nixon com desejos de “quick recovery from Watergate”, Heath com a oferta de auxílio à recuperação da economia britânica “if you could let me know the exact position of the mess”. E usou rádio e televisão para despedir o ministro da Cultura e declarar “I am to prepare the war against Israel”, o que faz lembrar Comey e a Coreia do Norte.

Isto será de curta duração. Diz-se que a administração americana está a trabalhar com um consultor internacional para, depois do caso Wallenstein ser digerido, ser criado o regulador das redes sociais e uma nova geração de tweets, os tweets dos afetos, onde não pode haver conteúdos que sejam assédio, bullying ou ofensivos, com o @ substituído por um coraçãozinho.