Com “uma população total mais pequena do que a [da capital chinesa] Pequim”, Portugal é o país onde o investimento chinês assume o maior o peso na economia nacional. O relatório “Tendências do investimento chinês na Europa” da ESADE, Escola de Economia e Negócios de Barcelona, a que o jornal ‘Público’ teve acesso, mostra que a aposta da China nos setores da energia, banca, saúde e imobiliário representou em 2016 um total de 3,3% no Produto Interno Bruto (PIB) do país e a tendência é para que nos próximos anos haja um “incremento e consolidação” desses investimentos.
Segundo o jornal ‘Público’, Portugal lidera o ranking dos países que mais lucraram com a entrada de capitais chineses no mercado. O país aparece à frente da Irlanda ou a Hungria, onde o impacto do investimento chinês representa 3,2% do PIB em cada um desses países.
A contribuir para este fenómeno estão as recentes aquisições por parte de investidores chineses de empresas portuguesas, como a compra de 21,35% da EDP e 49% da EDP Renováveis pela China Three Gorges (CTG), a aquisição de 25% da REN pela estatal chinesa State Grid ou a venda da ativos da seguradora Fidelidade, das unidades hospitalares da Luz Saúde e do BCP à chinesa Fosun. Há ainda o caso do Novo Banco vendido em 2014 à Haitong e do Banif que está à espera da aprovação dos reguladores para ser adquirido pela Bison Capital por 18 milhões de euros.
Mas os investidores chineses não se ficam apenas pela banca nem energia. A China tem vindo a financiar também pequenas e médias empresas (PME) de áreas diversas, como a pesca e tratamento de resíduos. Exemplo disso é a aquisição de 30% da EIP – Electricidade Industrial Portuguesa pela Taikai e da Marfresco, que passou a ser detida pela China National Fisheries.
Também os Vistos Gold, autorizações de residência para actividade de investimento, já permitiram a Portugal uma margem de lucro até fevereiro a rondar os 2808 milhões de euros, com uma aposta massiva na compra de imóveis pelos chineses.
A primeira ligação aérea direta entre Portugal e a China deve também começar a operar a partir de julho deste ano pela Beijing Capital Airlines e estima-se que o número de turistas chineses a visitar Portugal tenha duplicou em apenas três anos.
O jornal ‘Público’ dá ainda conta de que em dezembro, o embaixador da China, Cai Run, afirmou que Portugal “assume uma atitude mais aberta sobre o investimento externo” e que a expectativa é que essa cooperação entre os dois países venha a ser “reforçada”.
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