O banco central da Suécia, o Riksbank, é categórico: as transações em dinheiro representaram apenas 2% do valor total em 2016. Os especialistas acreditam também que o número será reduzido para os 0,5% em 2020. Nas lojas, o dinheiro físico é utilizado em 20% das compras dos consumidores, metade de há cinco anos, e bastante abaixo da média mundial (75%).
De facto, os suecos estão à frente na corrida à digitalização de pagamentos. Há mesmo um estudo que prevê que em 2030 o país se torne a primeira sociedade ‘cashless’. Transações em dinheiro representam apenas 3% do total e os transportes públicos não podem ser pagos com dinheiro vivo. Um dos dados mais interessantes sobre o tema é o facto de o número de assaltos a bancos ter diminuído de 110 para 16 no espaço de três anos.
Nos países escandinavos, a Dinamarca acompanha esta tendência. Tal como outros países escandinavos defende que esta pode ser uma forma de combate à economia negra do país, que ronda os 15%. A Associação de Banqueiros da Dinamarca acredita que o fim da circulação de moedas e notas “irá economizar dinheiro às empresas, em segurança e em tempo, na gestão dos seus recursos”. Porém, o jornal espanhol El Mundo lembra o caso da Suécia, em que durante a última década duplicaram os casos de fraude relacionada com pagamentos eletrónicos.
As grandes entidades financeiras estão já a desenvolver novas tecnologias nesta área, onde combinam a segurança e a comodidade para os utilizadores. A Mastercard, por exemplo, apresentou recentemente um cartão de crédito que só pode ser utilizado depois da verificação da impressão digital. Este produto combina a tecnologia de chip dos cartões com as impressões digitais dos utilizadores.
A nível mundial, espera-se que, em 2019, 2,7 mil milhões de utilizadores de smartphones façam mais de 200 mil milhões de transações anuais.Também a Visa deu mais um passo para acabar com o cartão de crédito físico. O foco é o desenvolvimento de novos métodos de pagamento digital a partir de parcerias com startups e empresas.
As moedas digitais
De acordo com o estudo “The Future of Cryptocurrency: Bitcoin & Altcoin Impact & Opportunities 2015-2019, publicado na Juniper Research, uma empresa britânica especializada em ‘business inteligence’, o número de Bitcoins a circular no mercado atingirá os 4,7 milhões em 2019, um aumento de 1,3 milhões face ao ano passado. E, numa entrevista ao canal Fox Business, o investidor norte-americano Tim Draper afirmou que até 2018, o valor da Bitcoin chegaria aos dez mil dólares.
Ao mesmo tempo, um relatório do banco de investimento norte-americano, Needham and Co, fixou o preço alvo da Bitcoin entre os 655 e 848 dólares, sublinhando a maior estabilidade e liquidez desta moeda virtual – que chegou a ultrapassar os mil dólares em 2013.
O ano passado surgiu uma nova moeda virtual chamada Zcash, veio competir com rivais como a Bitcoin e Ethereum e trouxe inovações importantes, informou a revista The Economist.
“A Zcash tem por base o código da Bitcoin, mas os seus criadores e meia dúzia de profissionais do mundo da criptografia ‘afinaram-na’”, refere.
Os criadores desta nova moeda digital esclarecem que “se a Bitcoin é como o http para o dinheiro, a Zcash é https” – quando o endereço de Internet tem um ‘s’ no fim, significa que é uma ligação segura.
Já a Ethereum é uma plataforma de software aberta composta por uma moeda chamada ether.
Na conferência “Partenering Smart in Finance”, realizada durante o Web Summit, em Lisboa, foi discutido o futuro das parcerias entre entidades financeiras. No painel, composto por Tracey Isacke, do banco Silicon Valley, Yuval Tal, da Payoneer, e Rob Frohwein, da Kabbage Inc, os oradores disseram que “os telemóveis guardam hoje em dia as informações confidenciais das pessoas. E no futuro será o único meio necessário para atuar no sistema bancário”. Uma situação que se comprova pelo forte investimento da sociedade bancária a nível da ciber-segurança, acrescentaram.
“A atividade de pagamento será daqui a dois anos exclusivamente online”, concluíram.
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