No mês passado, em nome do Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), o maior sindicato de trabalhadores bancários no activo, propus ao SBSI, ao SBC e ao SBN que, no âmbito da renegociação do Acordo Colectivo de Trabalho para 2018, se reunissem todas as forças sindicais numa única mesa negocial.

A minha proposta teve como objectivo reforçar a posição dos sindicatos e dos seus desígnios junto das Instituições de Crédito, mas até ao momento a resposta dos restantes sindicatos do sector foi um estranho e incompreensível silêncio formal.

Há décadas que a Federação de Sindicatos Independentes da Banca (FESIBA), da qual faz parte o SNQTB, e a Federação do Sector Financeiro (FEBASE), em que SBSI, SBC e SBN estão integrados, partem para as negociações com as Instituições de Crédito de forma separada.

O resultado desta incapacidade estratégica, desta ausência de um diálogo produtivo entre sindicatos do mesmo sector, que permita uma posição negocial única, tem vindo a gerar, ciclo negocial após ciclo negocial, apenas um resultado: ganham os bancos e perdem os bancários.

A minha recente proposta pretende, precisamente, alterar a relação de forças negocial entre bancos e bancários. Afinal, como lembra a sabedoria popular, a união faz a força.

Que fique bem claro: o SNQTB não pretende com esta proposta de mesa negocial única preparar uma antecâmara rumo a uma fusão de estruturas sindicais. Se é essa a preocupação de alguns, pois que fiquem tranquilos. O SNQTB é totalmente contra tudo o que seja monopólio: partido único, sindicato único, fornecedores únicos de telecomunicações ou de energia, para dar apenas alguns exemplos.

Porém, o SNQTB é absoluta e totalmente a favor de uma plataforma negocial conjunta, em que os diferentes sindicatos democráticos cooperem estrategicamente com vista a salvaguardarem os interesses dos bancários.

Regresso ao início: a minha recente proposta aos restantes sindicatos no sector, visou tomar a iniciativa no sentido de uma conjugação de esforços que possibilite uma posição única na renegociação do ACT, e que permita reforçar a posição dos sindicatos e os seus propósitos junto das Instituições de Crédito.

O SNQTB não pode obrigar terceiros a adoptar uma posição negocial conjunta que favoreça a relação de poder a favor dos sindicatos. No entanto, importa que fique claro que quem inviabilizar uma posição negocial conjunta terá de explicar aos seus associados, e aos bancários em geral, por que motivo preferiu manter um status quo negocial do qual apenas beneficiam as Instituições de Crédito.

Termine como terminar este processo, o SNQTB sairá de consciência tranquila, sabendo que tudo fez para salvaguardar os interesses dos bancários e dos seus associados em particular, eles que são, afinal, a grande razão de ser da sua existência.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.