O rendimento líquido médio da economia portuguesa aumentou 1,6% no primeiro trimestre deste ano, face o mesmo período do ano passado. Segundo os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o vencimento médio dos trabalhadores por conta de outrem no país, depois de descontados os impostos, está atualmente em 846 euros, quando há um ano estava em 833 euros.
Os salários estão a aumentar de forma consistente há três anos, depois de um programa de assistência económica e financeira que conduziu a anos de estagnação ou de diminuição do salário médio da economia. Um relatório recente do Centro de Relações Laborais já apontava para a melhoria dos rendimentos no país que são tabelados através de convenções colectivas.
Segundo aquele documento, as novas convenções estabelecidas em 2016 resultaram num aumento médio nominal dos salários de 1,5% nos vários setores de atividade, o que não acontecia desde 2008. E, considerando a inflação, a variação real foi de 0,6%, ou seja, “foi pela primeira vez positiva desde 2013”, avançava o documento.
O que motiva a subida?
Além do impacto das medidas de reposição salarial decididas pelo atual Governo, com a reversão dos cortes salariais na função pública e o alívio no IRS, a subida da média dos salários líquidos no país está associada a uma melhoria do mercado de trabalho.
Tal como o desemprego elevado provoca uma pressão em baixa dos salários, por haver mais pessoas disponíveis para aceitar empregos com vencimentos mais baixos, a criação de postos de trabalho tende a ter o efeito inverso nos vencimentos, porque há menos população disponível para trabalhar por baixos salários e as empresas têm de reforçar as ofertas para recrutar pessoal.
No primeiro trimestre deste ano, a taxa de desemprego desceu para o valor mais baixo emsete anos, com a taxa de desemprego a atingir 10,1%. Mas, apesar da melhoria da média salarial, subsistem diferenças entre regiões. Lisboa é tradicionalmente o ponto do país com salários mais altos e tem actualmente um vencimento médio de 977 euros. A região com salários mais baixos é a Madeira, com um vencimento médio de 782 euros.
Por sector, também dá diferenças assinaláveis, de acordo com os últimos dados do INE. Os salários são mais altos nos serviços (878 euros), seguindo-se a indústria, construção, energia e água (772 euros) e a agricultura e pescas (598 euros).
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