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Santander também dá carência de seis meses ao crédito à habitação e consumo

Com esta medida, o Santander Portugal permite que as famílias portuguesas não amortizem neste período quase mil milhões de euros de capital. O banco liderado por Pedro Castro e Almeida segue assim a mesma política que já tinha sido anunciada pela CGD e BPI para os particulares.
  • Bernardo Cristina
23 Março 2020, 19h42

Depois da Caixa Geral de Depósitos que anunciou carência de capital (não de juros) aos clientes individuais com crédito (habitação ou crédito pessoal), até 6 meses, mediante pedido dos cliente, e do BPI que anunciou que vai adiar o pagamento da prestação da casa, do crédito pessoal e do carro por 6 meses, foi a vez do Santander Portugal anunciar a carência de capital durante seis meses para operações de crédito à habitação e ao consumo.

“No atual quadro restritivo da atividade e porque situações excecionais exigem medidas excecionais, o banco implementa o plano Covid oferecendo aos Clientes condições excecionais, pré-aprovadas, para regularização e redução dos encargos mensais”, diz o banco em comunicado.

Como vão ajudar as famílias Portuguesas?
Para redução das suas necessidades de liquidez imediatas, o banco liderado por Pedro Castro e Almeida disponibiliza às cerca de 250 mil famílias portuguesas que têm o seu crédito à habitação junto do Banco Santander, nos canais digitais do banco, a possibilidade de solicitarem de uma forma simples e prática a renegociação do seu crédito com a carência imediata de amortização de capital durante 6 meses para as operações de crédito que se encontrem em situação regular.

Esta possibilidade estará disponível logo que seja clarificado o enquadramento legal em Portugal de aplicabilidade das decisões anunciadas pelo Banco Central Europeu na passada 6ª feira, revela o banco. Com esta medida, o Santander permite que as famílias portuguesas não amortizem neste período quase mil milhões de euros de capital.

A possibilidade de renegociação do crédito através da carência de capital durante 6 meses será estendida aos créditos ao consumo em situação regular junto do banco, assegura o banco.

“Estas renegociações estarão isentas de comissões de alteração das características do crédito”, refere o comunicado.

O banco suspenderá igualmente a perda de bonificação de spread por clientes que venham a incumprir as condições de cross-selling que estão incluídas nos seus contratos de crédito à habitação pelo prazo de 6 meses.

Hoje Mário Centeno, disse que o diploma que vai reger a atribuição de moratórias de crédito para famílias com dificuldade em pagar as prestações dos créditos devido ao coronavírus será publicado esta semana.

O Santander diz que para facilitar a utilização de canais digitais e o acesso a operações bancárias sem sair de casa, o Santander Totta suspende por 30 dias o pagamento de comissões de transferências nacionais através de canais digitais do banco, incluindo o serviço MBway quando utilizado na App Santander.  “Assim, os clientes do banco podem utilizar os seus canais digitais para as suas operações do dia-a-dia nomeadamente transferências, pagamentos, consultas de saldo,
carregamento de telemóveis e pagamentos ao Estado com toda a conveniência e sem custos”. O prolongamento desta medida será reavaliado atempadamente.

O Santander vai reforçar com mais 100 colaboradores o atendimento por via telefónica direta para que o maior fluxo de chamadas continue a ser atendido com a rapidez e o elevado nível de serviço habitual.

Para reduzir o risco de utilização de cartões de débito e de crédito vão também isentar de comissões de disponibilização o pedido de novos cartões contactless durante os próximos dois trimestres.

 

Como vão ajudar as pequenas e médias empresas portuguesas?

Para a redução das suas necessidades de liquidez imediatas, o banco está disponível para renegociar as características dos créditos de pequenas e médias empresas que se encontrem em situação regular e cujos créditos estão em período de reembolso que mais de 67 mil empresas têm junto do banco oferecendo uma carência de capital prazo de até 12 meses.

“A solicitação desta possibilidade poderá ser efetuada de forma simples através dos canais digitais do banco a partir da próxima 5ª feira. Esta renegociação será efetuada sem qualquer alteração no spread das operações e sem qualquer cobrança de qualquer comissão de alteração do contrato”, anuncia o banco.

“Para satisfação de necessidades adicionais de tesouraria de curto prazo, o banco mantém inalterados todos os limites de crédito contratualizados quer com caráter revogável, quer com caráter irrevogável com as empresas que assim, de uma forma simples e imediata, podem aceder a cerca de 4 mil milhões de euros de crédito adicional sem qualquer alteração das condições de spread ou de outras comissões associadas”, refere o banco.

A instituição financeira encontra-se já a dinamizar junto das empresas nacionais os mais de 3 mil milhões de euros de linhas de apoio anunciadas pelo Estado português, estando pronto a efetuar a sua disponibilização logo que as instituições nacionais o permitam.

Caso tal seja também autorizado, “o banco está disponível para proceder desde já a adiantamentos de 20% do montante aprovado pelo banco aos seus clientes ao abrigo destas linhas para que os seus clientes possam receber de imediato injeções de liquidez sem ter que esperar pela aprovação pelas entidades públicas”, anuncia o banco.

Para facilitar a utilização de canais digitais e reduzir o seu custo de utilização, e destinado a todos os comerciantes, “o Santander suspende a cobrança da mensalidade dos POS (ponto de venda ou ponto de serviço) e isenta a aplicação de um valor mínimo sobre as transações efetuadas. Para apoiar as transações “sem contacto” o Santander suspende também a cobrança de todas as comissões do serviço MBWay no POS”. Esta medida tem a duração de 30 dias e será reavaliada atempadamente.

O banco flexibilizou a operativa de adesão aos canais digitais por parte das empresas para que sem deslocação a qualquer agência bancária seja possível essa adesão.

 

Como vão ajudar as famílias e empresas Portuguesas no acesso aos serviços bancários?

“Sabemos que para a economia funcionar os bancos e serviços financeiros têm que estar disponíveis. Por isso mantemos aberta a vasta maioria das nossas agências bancárias, mesmo que em horário reduzido e com condicionamento à entrada”, começa por dizer o banco.

“Igualmente reforçamos a capacidade dos nossos canais digitais para que um maior número de clientes possa em simultâneo aceder aos serviços do banco, devendo estes ser o meio preferencial de contacto nesta fase para segurança e pela saúde de todos”, revela o comunicado.

 

Como vão ajudar as famílias e empresas Portuguesas nos serviços de saúde?

Na área seguradora, “e no sentido de assegurar uma maior segurança e proteção dos clientes face ao Covid-19, o banco disponibiliza para todos os Clientes Santander, de forma gratuita até 30 de junho, o Serviço Médico Online, através da App SafeCare Saúde da Aegon Santander. O banco diz que oferece aos clientes que têm seguro o teste para despiste do Covid-19.

Foram revistas as garantias dos Seguros de Proteção, por forma a alargar o seu âmbito e o acesso a mais serviços, sem custos adicionais.

 

Como vão ajudar os colaboradores e famílias de colaboradores do banco?

“Para além das medidas de cariz social habitualmente disponíveis no banco, o Santander Portugal numa prova de confiança na estabilidade, solidez e recuperação futura da economia nacional, compromete-se a não utilizar a figura do layoff simplificado que foi aprovado pelo Estado Português neste período de emergência nacional”, assegura a instituição.

Adicionalmente, o banco continuará a pagar na totalidade o salário dos seus colaboradores que estejam em quarentena, sem solicitar qualquer apoio público, e os colaboradores que “tenham que estar a ajudar familiares nos termos legais ou que estejam em grupos de risco, pois a todos os que comprovadamente estejam nesta situação será disponibilizada a possibilidade de teletrabalho se o desejarem”.

No entender da Comissão Executiva do Banco Santander Portugal “esta situação de emergência que atravessamos exige um esforço de todos para ajudar a mitigar e ultrapassar o seu impacto; com estas medidas o banco espera contribuir para que o país ultrapasse mais facilmente este momento de dificuldade numa altura em que todos os nossos colaboradores mantêm o banco a funcionar a 100% num espírito de profissionalismo e de dedicação pessoal e profissional que a todos nos orgulha”, refere a administração executiva do banco.

“Solidariamente com todos os portugueses, o Santander em Portugal está comprometido em vencer o surto Covid-19, sendo o apoio para as famílias e empresas a nossa parte nesta missão”, assegura o banco que perdeu o seu Chairman, António Vieira Monteiro, com esta pandemia do Covid-19.

 

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