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Seis grandes fundos de investimento recusam participar na emissão de dívida do BCP, por causa do BES

Attestor Capital, BlackRock, CQS, PIMCO, River Birch Capital e York Capital dizem que não vão participar na operação porque “os riscos associados ao investimento ativo na dívida pública ou privada portuguesa são proibitivos”, ainda por causa do BES.
BES Av Liberdade Lisboa
28 Novembro 2017, 18h20

Seis das maiores sociedades internacionais gestoras de fundos de investimento anunciaram que não vão participar na operação de emissão de 300 milhões de euros de dívida que o BCP tem prevista.

Um porta voz da Attestor Capital, BlackRock, CQS, PIMCO, River Birch Capital e York Capital justificou que as sociedades não vão participar na operação, que deverá concretizar-se amanhã, 29 de novembro, porque “os riscos associados ao investimento ativo na dívida pública ou privada portuguesa são proibitivos”.

Isto, porque “Banco de Portugal ainda não abordou a retransmissão ilegal e discriminatória de notas do Novo Banco para o Banco Espirito Santo em 2015”.

O Banco de Portugal decidiu transferir cinco linhas de obrigações seniores para o BES “mau”, avaliadas em torno de 2 mil milhões de euros, a 29 de dezembro de 2015, mais de um ano depois de ter transferido a restante dívida sénior da instituição financeira.

O Banco de Portugal alega que só nessa altura foi possível confirmar que as linhas estavam relacionadas com o banco norte-americana Goldman Sachs, que tinha sido acionista do Banco Espírito Santo (BES), com uma participação superior a 2%.

As sociedades gestoras têm contestado esta decisão e chegaram a reunir com as autoridades portuguesas para negociar um pagamento parcial das perdas, como noticiou o Jornal Económico.

O mesmo porta voz da seis sociedades gestoras de fundos de investimento diz que estas esperam “retomar as discussões com as autoridades portuguesas de forma a resolver rapidamente esta situação e de reestabelecer Portugal como um destino credível para investimento estrangeiro”.

O BCP quer colocar 300 milhões de euros Euro Medium Term Notes, títulos de dívida subordinados com 10 anos de maturidade, passíveis de serem reembolsadas ao fim de cinco anos.

A operação tem o Goldman Sachs International, o Millennium BCP, o Sociétè Generale CIB e o UBS Investment Bank, como joint lead managers.

O roadshow arrancou a 27 de novembro.

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