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Tomás Correia admite novidades no próximo mês para a criação do “Banco Social”

Tomás Correia quer o Montepio como banco da economia social, e os parceiros deverão ser anunciados no próximo mês.
Cristina Bernardo
11 Setembro 2017, 17h45

O presidente da Associação Mutualista, António Tomás Correia, disse ao Jornal Económico, à margem da apresentação dos resultados da OPA, que se estima que no próximo mês haja novidades quanto ao projeto de “criação do Banco Social”. Referia-se à venda de uma participação minoritária a um grupo de instituições da economia social, incluindo a Santa Casa da Misericórdia, nacional.

Sem adiantar mais detalhes admitiu que o banco tenha capacidade de gerar capital pelo que não procura investidores apenas em função da capacidade financeira.

“A  Associação Mutualista Montepio desenvolverá um conjunto de diligências para dar corpo à sua ambição de transformar a CEMG na Instituição Financeira da Economia Social, abrindo a possibilidade às Instituições da Economia Social para participar neste projeto”, admite a instituição dona do Montepio em comunicado.

“Conforme descrito nas deliberações sobre a operação e no prospeto da OPA, até ao final desta semana deverão estar concluídos os procedimentos legais para a transformação da CEMG em Sociedade Anónima. Com a formalização da escritura pública de transformação, a CEMG passará a ter o seu capital social representado por ações ordinárias. Considerando que a Associação Mutualista detém a totalidade do capital institucional da CEMG (2.020 milhões de euros ) e o resultado da OPA acima referido, a Associação Mutualista passará a deter praticamente a totalidade do capital social da CEMG (cerca de 2.413 milhões de ações, a que corresponde uma participação direta de 99,7%)”, diz ainda o comunicado.

Associação Mutualista Montepio atingiu um total de mais de 393 milhões de UPs, ou seja, 98,3% da totalidade do Fundo de Participação da CEMG (considerando as UPs detidas antes da OPA).

No final da sessão especial de bolsa que decorreu hoje, dia 11, na sede da Euronext Lisbon, o Presidente da Associação Mutualista, dona do Montepio,  Tomás Correia, disse: “Apurados os resultados da OPA, somos levados a concluir pelo seu inquestionável sucesso. Todos estão de parabéns: os nossos Clientes, os nossos Associados, os Investidores que detinham as Unidades de Participação, os nossos Colaboradores e os Órgãos Sociais que tomaram tão importantes decisões”.

José Félix Morgado, presidente do banco, estava presente na sessão, mas não fez declarações à imprensa.

Na sequência da conclusão do processo de transformação da CEMG em Sociedade Anónima, e conhecidos os resultados da OPA, a Associação Mutualista Montepio irá requerer que seja convocada uma reunião extraordinária da Assembleia Geral de Acionistas da CEMG para deliberar sobre a perda de qualidade de sociedade aberta, anuncia a associação.

“Conforme também antecipado no Prospeto de OPA, dada a substituição das UPs por ações ordinárias no capital social da CEMG na sequência da sua transformação em sociedade anónima, a Associação Mutualista Montepio dará uma ordem permanente de compra fora de mercado regulamentado que tenha por objeto tais ações”, revela o comunicado. A ordem permanente de compra estará em vigor desde o dia seguinte ao registo comercial da transformação até à publicação da decisão da CMVM sobre o requerimento de perda da qualidade de sociedade aberta da CEMG, a apresentar após a Assembleia Geral de Acionistas da CEMG.

“Caso seja deferido, pela CMVM, o requerimento de perda da qualidade de sociedade aberta da CEMG, a Associação Mutualista Montepio dará cumprimento às obrigações legais previstas no Código dos Valores Mobiliários, onde se inclui a obrigação de aquisição das ações da CEMG pertencentes aos acionistas que não votem favoravelmente a deliberação de perda de qualidade de sociedade aberta”, diz a nota.

Finalmente, e uma vez concluído o processo de aquisição de ações da CEMG no âmbito da perda de qualidade de sociedade aberta da caixa económica, a Associação Mutualista Montepio poderá, cumpridos os requisitos legais e se assim for o entendimento dos seus órgãos estatutários, tomar a iniciativa de avançar com a aquisição tendente ao domínio da totalidade (100%) do capital social da CEMG, ao abrigo do Código das Sociedades Comerciais, conclui a associação.

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