A equipa de especialistas criada pela União Europeia em 2015 para detetar e combater os ataques russos através da Internet encontrou nos últimos meses um grande aumento de campanhas eventualmente destinadas a agravar a crise na Catalunha. Segundo adianta a imprensa espanhola, estas campanhas consubstanciam-se na propagação de notícias falsas que, uma vez colocadas a circular na internet, são ‘picadas’ pelos media e transformadas em verdade.
Os exemplos dados pela equipa de especialistas têm merecido críticas de alguns analistas. Um deles afirma que a propagação de notícias falsas pretenderia contribuir para transferir interesses económicos da Catalunha para a Rússia. Os críticos afirmam não entender qual o alcance da afirmação, dado que quem quiser investir na Catalunha, por certo não ponderou a hipótese da Rússia – e não será por a Catalunha passar a ser um impedimento para o investimento, que a Rússia surgirá no topo da lista das alternativas.
Outro exemplo de uma notícia falsa eventualmente colocada a correr na Europa pelos russos seria a de que a Rússia se prepara para incentivar o aumento do estudo do castelhano junto das camadas mais jovens da população. A notícia até pode ser falsa, mas a sua eficácia em termos da capacidade de intromissão na questão catalã é altamente duvidosa.
Outras notícias são tão inverosímeis. Que é difícil discernir quem poderia acreditar nelas. O grupo de especialistas dá exemplos: “Espanhol já é ensinado como língua estrangeira na Catalunha” (publicado no Vesti.ru em 17 de setembro); “Ilhas Baleares juntam-se ao pedido de independência da Catalunha” (21 de setembro no Sputnik, agência internacional russa); “Catalunha reconhecerá uma Crimeia independente”; “Funcionários seniores da UE apoiam uso da violência na Catalunha”, esta publicada no Facebook, só utilizado como fonte de obtenção de notícias sérias por quem andar muito distraído!
Seja como for, e segundo o ‘El Pais’ o aumento de informações sobre a Catalunha nas redes pró-russas passou de quatro por semana passou para 241. Os analistas da União Europeia, que querem permanecer anónimos, explicam que toda informação é dedicada a enfraquecer os países membros da UE e apontar para o colapso do Estado liberal ocidental, oferecendo a Rússia como uma alternativa.
A equipa da UE trabalha sob a supervisão direta da Alta Representante para a Política Externa Europeia, a italiana Federica Mogherini, e é composta por 17 pessoas, entre as quais diplomatas, cientistas da computação e jornalistas.
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