Depois disso, o Forte de S. Miguel tornou-se a estrela das objetivas dos fotógrafos que procuram a melhor foto de todos os surfistas que se aventuram em conquistar a melhor e mais alta onda da Nazaré.
Impávido e sereno mesmo em dias de tempestade, o Forte de S. Miguel vai observando os feitos dos surfistas mundiais e em breve irá ficar mais bonito. O Estado aprovou o auto de cedência do Forte de S. Miguel à autarquia, comprometendo-se a investir um milhão de euros no monumento que deverá estar requalificado dentro de dois anos, revelou o presidente da Câmara Municipal da Nazaré.
O “Auto de cedência e aceitação do Forte de S. Miguel Arcanjo” a celebrar entre o Estado Português e o município da Nazaré estipula a entrega do monumento à Câmara por um período de 25 anos, mediante o compromisso de a autarquia avançar com a requalificação orçada em um milhão de euros.
O documento, aprovado na última terça-feira pelo executivo, estima a recuperação do monumento classificado de interesse público em meio milhão de euros, mas a intervenção irá também incluir “os acessos ao farol e à praia do Norte, e em infraestruturas de água e saneamento que aumentarão o investimento em mais meio milhão de euros” disse à agência Lusa o presidente da Câmara da Nazaré, Walter Chicharro.
O acordo entre a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças, Direcção-Geral de Recursos da Defesa Nacional e o município estipula ainda o pagamento de uma renda mensal de 2.520 euros ao Estado.
No entanto, “o farol é autossustentável”, afirmou à Lusa o autarca, lembrando que “em dois anos e poucos meses que abriu ao público o Forte recebeu 300 mil visitantes pagantes”, sendo que 10% do valor das entradas (um euro) “revertem para um fundo para a requalificação do imóvel”.
O autarca admite ainda candidatar o investimento de um milhão de euros a fundos comunitários e adiantou a intenção de “depois de concluída a requalificação negociar uma revisão do auto por forma a isentar a Câmara do pagamento de renda”.
De recordar que o Forte de S. Miguel Arcanjo foi começado a construir no reinado de D. Sebastião, em 1577, com vista à defesa da enseada dos ataques dos piratas argelinos, marroquinos, holandeses e normandos que investiam sobre o litoral atlântico. Em 1644, devido ao seu posicionamento, o rei D. João IV ordenou a sua remodelação e ampliação.
Durante as Invasões Francesas, ali se refugiaram os soldados inimigos que combateram contra a população do Sítio e da Pederneira e fez ainda parte da história das Lutas Liberais entre os partidários de D. Pedro IV e de D. Miguel.
Em 1903, foram efetuadas obras de consolidação e restauro para a instalação do farol no Forte.
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