[weglot_switcher]

Vieira da Silva quer leis para incentivar a contratação de trabalhadores mais velhos

O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social considerou a hipótese de haver reformados a dar formação.
Cristina Bernardo
20 Setembro 2017, 10h15

O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social quer alterações no quadro legal português de forma a incentivar as empresas a contratarem ou manterem na firma trabalhadores mais velhos. Numa entrevista ao jornal Público, José António Vieira da Silva disse ainda que o “incentivo mais importante é a necessidade” e considerou a hipótese de haver reformados a dar formação.

“Alguma coisa tem de ser feita em termos legislativos, um dos incentivos é tornar mais atractivo que, depois de uma vida profissional ligada à produção, ao comércio ou à distribuição, haja a possibilidade de prolongar essa actividade numa dimensão de formação”, disse ao mesmo órgão de comunicação social. Segundo o ministro, alguns responsáveis de instituições de formação profissional o alertavam para a dificuldade de pessoas que se reformaram continuarem a desempenhar funções de formação em áreas onde são das mais qualificadas.

Questionado sobre como se conjuga o aumento da longevidade com as consequências no emprego, na saúde e na proteção social, José António Vieira da Silva disse que “passa por termos a capacidade de recuperar dinamismos ao nível da natalidade e de nos transformarmos numa sociedade atrativa que capte imigrantes e que diminua a emigração”.

O responsável pela tutela do Trabalho refere que a ideia de que apenas os jovens são capazes de se trabalhar com as novas tecnologias é falsa. Na mesma entrevista, o governante salientou que a quantidade de pessoas que continuam a trabalhar depois da reforma, com mais de 65 anos de idade, em Portugal é de pouco mais de um quarto de milhão a trabalhar. “É um valor que pode crescer”, admite.

“É um tema polémico, porque o senso comum aponta para a ideia de que aceitar que as pessoas trabalhem para lá dos 65 ou dos 70 está a tirar o lugar aos mais jovens. Não é bem assim e estamos a trabalhar para tentar combinar – e é outra das dimensões da conferência – a dimensão intergeracional e mostrar que a possibilidade de pessoas mais idosas se manterem no seu posto de trabalho permite integrar com mais facilidade os jovens”, afirma ao matutino.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.