O presidente da Yupido (lê-se Yup-I-Do)diz que o primeiro serviço a ser lançado pela empresa será global, destinado a apoiar empreendedores, será lançado no próximo ano e obrigará à contratação de mais de 200 pessoas.
Em entrevista ao Jornal Económico, Torcato Jorge diz que o serviço será comercializado sob a marca Quaquado, já registada pela empresa.
“O serviço vai ser lançado a nível mundial em 2018. Vai estar disponível para qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo. E o objectivo do serviço é dar apoio aos empreendedores a criar novas empresas e a gerir as suas empresas”, diz.
“Queremos fazer com que se foquem ao máximo nas suas operações diárias e que não se preocupem com outras coisas que as empresas normais têm de se preocupar no seu dia-a-dia. Queremos fazer com que qualquer pessoa possa abrir uma empresa e possa gerir uma empresa, mas tranquilamente, com menos peso burocrático do que uma empresa normalmente exige. Queremos fazer com que as interações entre empresas e os seus clientes, fornecedores, parceiros, governos, segurança social sejam muito mais simples, automáticas, e que as pessoas se foquem apenas numa coisa: em criar”, explica.
A Yupido foi constituída em julho de 2015 e afirma-se como uma “startup tecnológica, tendo-se tornado conhecida quando se descobriu que tinha um capital social de 28,7 mil milhões de euros.
Torcato Jorge diz que a empresa foi criada por “um grupo de empreendedores, de diversas áreas”, onde se inclui. Aponta que se trata de “empreendedores que investem no projeto, que acreditam no projeto e que vão obter proveito dele a médio/longo prazo, quando a empresa estiver bem”.
“O número de pessoas que constituem este bloco é maior do que quando o Snapchat tinha dois anos de idade”, diz, acrescentando que “estas pessoas trabalham a partir de vários sítios”.
“Estamos no século XXI e por isso não precisamos de estar no mesmo espaço físico para trabalharmos”.
O segundo bloco, como lhe chama, são os funcionários. “Porque é que não temos funcionários? É simples: a Quaquado ainda não iniciou funções, mas está previsto que no primeiro ano de operações da Yupido, no negócio do serviço da Quaquado, se contratem cerca de 206 pessoas para prestar auxílio às pessoas que quiserem utilizar este serviço, em todo o mundo”, diz.
Questionado sobre a inexistência de vendas em já dois anos de atividade, Torcato Jorge faz paralelos com outras empresas tecnológicas hoje de grande dimensão. “Quando é que o Facebook começou a faturar?”, pergunta. “O Snapchat só começou a faturar residualmente antes de entrar para IPO [oferta pública de venda de ações] e com prejuízos de 1,3 mil milhões de euros”, diz, acrescentando: “Não quer dizer nada. A faturação é um indicador para a saúde financeira, mas não numa startup tecnológica que ainda está a iniciar. O Snapchat está em bolsa e está a dar prejuízo. A Uber não está em bolsa mas está também a dar prejuízo e qual é o potencial que têm?”, questiona.
Outro serviço que está em preparação usará a marca Kuaboca, também já registada pela empresa, e que se destina à comunicação entre pessoas.
“O método preferencial de comunicação das pessoas é falarem umas com as outras, com a boca”, diz Torcato Jorge, apontado que este serviço estará “relacionado com comunicação”, sem adiantar pormenores. “As pessoas precisam de interagir com o governo, família, fornecedores, local de trabalho. As pessoas precisam de comunicar com uma série de agentes que estão à sua volta”, diz.
A base para estes serviços é uma plataforma digital, que o presidente e acionista da Yupido garante ser inovadora.
“Quando a Yupido lançar a plataforma, tenho a certeza absoluta de que toda a gente vai pelo menos experimentar uma vez. Acho que é a plataforma de media mais bonita e mais poderosa que o mundo já viu. É uma coisa brutal”, diz.
A Yupido, explica Torcato Jorge, “trabalha em tecnologias” e “desenvolvemos algoritmos”.
“Estamos a preparar o registo de algumas patentes. 42 é o número em que estamos mesmo a trabalhar”, diz.
O presidente da Yupido questiona, de seguida, o porquê de toda a atenção sobre a empresa e diz que, depois de feitas as investigações, pretendem apurar responsabilidades. “Porque é que foi agora. Quais são as intenções? E quem? Caso seja apurada alguma matéria de facto vamos comunicar com as autoridades competentes com o sentido de tomar as devidas diligências para fazer face a esta situação”, afirma.
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