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CTT lançam primeiro cripto selo português em formato físico e NFT

O desenvolvimento do cripto selo foi feito em parceria com a ‘startup’ estoniana Stampsdaq, uma empresa dedicada à cooperação com operadores postais de todo o mundo, fazendo a ponte com os colecionadores, referem os CTT.
28 Fevereiro 2023, 19h56

Os CTT lançaram esta terça-feira o primeiro cripto selo português, emitido em formato físico e em NFT (‘Non-Fungible Token), “com benefícios exclusivos para colecionadores”, lançado sob o tema “Navegando à descoberta do futuro” divulgaram os Correios de Portugal.

O lançamento do primeiro ‘crypto stamp’ (cripto selo) português “reforça o papel dos CTT como um dos operadores postais mais disruptivos e ativos no desenvolvimento de novos produtos e serviços em todas as áreas da empresa, incluindo a filatelia”, refere a empresa liderada por João Bento, em comunicado.

O desenvolvimento do cripto selo foi feito em parceria com a startup estoniana Stampsdaq, uma empresa dedicada à cooperação com operadores postais de todo o mundo, fazendo a ponte com os colecionadores, referem os CTT.

“Os CTT têm mantido, ao longo dos seus 170 anos enquanto emissores oficiais de selos, uma excelente reputação de desenvolvimento tecnológico e de inovação artística”, afirma o diretor de Filatelia dos CTT, Raul Moreira, citado no comunicado.

Ou seja, “fomos os primeiros no mundo a emitir um selo em cortiça, os primeiros a produzir selos em tecido de seda, os primeiros igualmente a incluir LED’s remotamente ativados nos selos e ainda os primeiros a inserir num bloco filatélico uma folha de grafeno (forma cristalina do carbono) onde estava gravado um poema de Miguel Torga que era lido através de uma aplicação”, elenca o responsável.

Esta aposta “faz parte da nossa missão de sermos altamente inovadores nos selos que lançamos e acreditamos que este cripto selo vai apelar tanto aos nossos antigos colecionadores como aos novos. Escolhemos a StampsDaq como parceiro para o selo digital porque partilhamos uma visão comum sobre o futuro da filatelia”, conclui Raul Moreira.

“A nossa parceria com os CTT é um marco importante para a StampsDaq e constitui para nós uma validação do nosso modelo de negócio por um dos mais importantes operadores postais europeus”, diz, por sua vez, Andrii Shapovalov, presidente executivo (CEO) da StampsDaq.

Todos os elementos da cadeia de valor filatélica “são preciosos, mas os colecionadores são os que mais devem beneficiar, e estou satisfeito por os CTT terem a mesma visão e estratégia para que isso aconteça. As possibilidades oferecidas pela ‘blockchain’ irão complementar e definitivamente melhorar a experiência tradicional de recolha de selos permitindo novas, autênticas e gratificantes oportunidades para os colecionadores”, acrescenta o CEO, citado também no comunicado.

“Os NFT são ficheiros digitais com atributos de raridade, que podem ser equiparáveis a peças de arte com determinado valor de mercado, estando assentes em ‘blockchain’ (uma estrutura que armazena registos transacionais do público em geral sob a forma de bases de dados) para garantir a autenticidade e a segurança”, explica os CTT.

O cripto selo “Caravela” vai ter uma emissão total de 40 mil exemplares, com um valor facial de 9,90 euros: 30 mil em formato físico, com o seu ‘gémeo’ digital, em NFT, e 10 mil exemplares exclusivamente digitais, disponíveis na plataforma da StampsDaq.

Os CTT adiantam que na versão física, à venda das nas lojas físicas e ‘online’, o comprador recebe um cartão com o selo físico e um código numérico de 10 dígitos. Este código deverá ser inserido na plataforma StampsDaq para permitir o acesso digital ao selo NFT correspondente.

“O selo NFT, de formato digital, tem níveis de raridade diferentes sendo que aquele que corresponde ao selo que se comprou só é conhecido quando se acede à plataforma da StampsDaq”, adiantam.

Já no formato físico existe apenas o selo comum, mas quando se realiza o resgate do NFT associado, o colecionador recebe um selo digital com um de quatro níveis de raridade.

De acordo com os CTT, “existem quatro categorias: comum, com 35 mil exemplares; raros, com 4.900 exemplares; super raros, com 99 exemplares e único, com apenas um exemplar”.

Ora, “o facto de se desconhecer no momento da compra o nível de raridade, faz com que não seja possível escolher o NFT associado, o que torna este selo muito interessante tanto para colecionadores tradicionais, como para consumidores nativos digitais e, naturalmente, para todos os interessados em reforçar a sua carteira”.

O selo digital fica disponível na ‘crypto wallet’ [carteira cripto], que armazena e pernite a sua consulta a qualquer momento, e pode ser pago com Matic, a criptomoeda da rede Polygon ou através de cartão de crédito.

“Os CTT têm no CTT 1520 StartUProgram o seu programa de relacionamento com empreendedores a quem procura abrir as portas ao ecossistema da empresa, procurando projetos que se enquadrem no seu negócio, potenciando áreas de colaboração conjunta e com os benefícios recíprocos que daí adveem”, referem.

Desde a criação deste programa, já foram mapeadas mais de 1.800 empresas e conta com 32 projetos em curso: 15 em parcerias comerciais, 17 em projetos de cocriação (cinco em piloto técnico e 12 em produção), uma aquisição e três investimentos via Techtree, a KIT-AR, a Sensefinity e a Habit.

“Esta aposta dos CTT na inovação na filatelia insere-se na estratégia de longo prazo da empresa, que passará por uma maior exploração e integração de novas experiências filatélicas, reforçando a componente do colecionismo ao papel prático do selo”, rematam.

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