O Chief Financial Officer (CFO) da Revolut considera que o plano de a empresa financeira avançar para um IPO (Initial Public Offering) se mantém de pedra e cal e nem mesmo os consequentes atrasos na divulgação das contas, que gerou pressão dos auditores, vai constituir um obstáculo.
“Não espero que seja um problema daqui para frente. Espero que nos tornemos uma empresa pública e não achamos realmente que isto vá impedir-nos de ser uma empresa pública”, disse Mikko Salovaara, em declarações através de videochamada ao Jornal Económico e ao Jornal de Negócios, sem se comprometer com uma previsão de data para entrar em bolsa.
A Revolut publicou esta quarta-feira o relatório de contas referente a 2021, divulgando apenas alguns dados de clientes e receitas do ano passado. À imprensa portuguesa, o diretor financeiro do banco digital garante que o problema técnico está resolvido. “Já os atualizámos e estamos num ponto em que não antecipamos que seja um problema daqui para frente. Podemos fechar as contas de 2022 num período de tempo muito mais razoável”, assegura.
Mikko Salovaara admite que “gostava que estivéssemos a falar de 2021 há muito mais tempo”. “O atraso no relatório anual de 2021 resume-se aos nossos sistemas de contabilidade, que foram feitos para sustentar e apoiar um negócio muito mais pequeno do que é hoje. Basicamente, os sistemas foram desenhados para um único produto, quiçá uma única geografia, e precisavam ser atualizados”, justificou.
Definitivamente, longe vão os tempos em que a utilização da app Revolut se circunscrevia a um mercado. Hoje, a empresa britânica – fundada em 2015 por Nikolay Storonsky e Vlad Yatsenko – está na Europa, está em 30 países da Europa, nos Estados Unidos e cinco mercados da Ásia-Pacífico, estando a preparar uma forte expansão na América Latina este ano.
O neobanco que quer deixar de estar associado apenas às viagens apresentou ontem resultados impressionantes: lucros de 31 milhões de dólares e receitas de 769 milhões de dólares em 2021, naquele foi o primeiro ano de rentabilidade, uma vez que em 2020 as perdas tinham chegado aos 270 milhões de dólares.
“Passámos de 220 milhões de receita em 2020 para 636 milhões [de libras esterlinas] em 2021 e mais de 850 milhões [de libras] em 2022. Basicamente quadruplicámos a receita em dois anos e, ao mesmo tempo, aumentámos as nossas margens brutas de cerca de 33% em 2020 para 70% em 2021. É igualmente forte em 2022”, afirmou o CFO.
“A Revolut teve vários anos de crescimento contínuo que, em termos de demonstrações financeiras reais, vemos na receita e lucratividade. Estes números são apenas uma prova da nossa base de clientes significativa e a aumentar, do produto que conseguimos construir, das funcionalidades e opções que conseguimos juntar à plataforma e da expansão geográfica e profundidade de mercado que temos estado a construir”, frisou Mikko Salovaara, que chegou à Revolut em 2021, depois de um início de carreira na Elliott Advisors e na 3G Capital.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com