Pedro Bizarro: “A ciência é o motor do desenvolvimento”
Pedro Bizarro, co-fundador e Chief Science Officer (CSO) da unicórnio portuguesa Feedzai, foi o orador em mais um encontro do Innov.Club, uma comunidade exclusiva dedicada à inovação que reúne líderes e executivos para debater os principais desafios do ecossistema empresarial. O Innov.Club foi criado pela consultora de inovação Beta-i e pela VdA – Vieira de Almeida, tendo como membros empresas e entidades de vários sectores de atividade, entre as quais o Jornal Económico (JE). O evento decorreu no auditório da sede da VdA, onde Pedro Bizarro esteve à conversa com o JE.
Na sua intervenção no Inoov.Club falou em inovação disruptiva. Em que consiste?
Segundo o autor do conceito, Clayton Christensen, é um tipo de inovação que poderá não ser melhor do que o que existe atualmente numa série de critérios importantes, mas é melhor num ou dois critérios que são valiosos para as pessoas. Os carros elétricos são um bom exemplo. São piores na questão da autonomia e também na questão do tempo que se demora a carregar a bateria. Se fôssemos a ver as classificações habituais de carros, há uma série de fatores em que apareceriam menos cotados. Mas, por outro lado, têm vantagens: protegem o ambiente, são económicos e fazem menos barulho. A tecnologia disruptiva é algo deste género. Pode ser pior nalgumas coisas, mas é melhor noutras. Existe um novo valor de mercado, que se calhar não é visto logo ao princípio. Outro exemplo: o caso da Netflix. Surgiu com um modelo de negócio em que podíamos ter o filme em casa o tempo que quiséssemos, mas só podíamos ver o próximo quando o que estava connosco fosse entregue. Era um modelo de negócio pior do que o anterior, em certos aspetos, porque não podíamos ir ao videoclube buscar o filme no minuto em que queríamos. O filme chegava pelo correio e demorava 10 dias a chegar… Mas este é o tipo de negócio disruptivo. Pode ser pior num ou dois critérios, mas naqueles em que é melhor, tem um valor muito elevado.
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