A decisão da Ferrovial de mudar a sua sede de Espanha para a Holanda, com o argumento de que procura pagar menos impostos, está a gerar polémica em Espanha, mas ao “El Economista” o grupo de infraestruturas liderado por Rafael del Pino e Ignacio Madridejos defende que o impacto mínimo fiscal que esta operação terá nos cofres públicos espanhóis será mínimo.
Os cálculos da empresa são de que a mudança de sede afetaria a fatura fiscal global da empresa em 2022 em oito milhões de euros, que em Espanha ascende a 282 milhões de euros. A poupança fiscal, portanto, seria inferior a 3% e corresponderia também às retenções sobre os dividendos pagos aos acionistas e aos custos da segurança social dos empregados que a Ferrovial planeia transferir para Amesterdão, estimados em cerca de 20 a 30 pessoas.
À semelhança do que fez a dona da Jerónimo Martins (a sociedade Francisco Manuel dos Santos SGPS SE) em 2016, que mudou sede social para a Holanda, também agora a Ferrovial vai relocalizar a sua sede para Amesterdão e irá compensar os acionistas que se opuserem à mudança com 26 euros por ação, o preço médio dos últimos três meses, segundo avançou recentemente o Expansión. Sendo que se essa compensação ultrapassar os 500 milhões a operação não avança. O caso desencadeou uma tempestade política em Espanha, levando até a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, a defender a criação de um “mercado único de capitais” na Zona Euro.
A Ferrovial pagou 1.569 milhões de euros em impostos em 2022 a nível mundial, menos 13,3% do que em 2021, quando o valor atingiu 1.810 milhões de euros, segundo o artigo do El Economista.
A Ferrovial submeterá à assembleia de acionistas a decisão adoptada pelo Conselho de Administração de transferir a sua sede para os Países Baixos e de cotara empresa na bolsa de Amesterdão, em primeira instância, e posteriormente em Nova Iorque (Estados Unidos).
Segundo a empresa que está presente também em Portugal, fá-lo com os objetivos de aumentar a sua liquidez, baixar os custos de financiamento e aumentar a sua projeção internacional, a fim de crescer, especialmente nos Estados Unidos, e atrair mais talento, mas também para proteger os dividendos que recebe dos seus projetos de infraestruturas em todo o mundo (475 milhões de euros em 2022 e 550 milhões de euros em 2021), e finalmente, para reduzir a sua fatura fiscal, dadas as condições fiscais mais favoráveis oferecidas pela Administração holandesa.
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