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Estado português pode poupar até 400 milhões por ano com digitalização dos serviços, diz estudo

Desenvolvido pelo Center for Business Innovation da Porto Business School, o estudo “Digital by Default: Impacto Económico e Fatores de Sucesso” diz que o Estado português podia poupar 400 milhões por ano com a digitalização dos serviços. Já a nível europeu, uma estratégia de Digital by Default poderia gerar um impacto líquido total entre os 6,5 e 10 mil milhões de euros/ano.
10 Julho 2018, 21h02

Um estudo hoje apresentado pela Porto Business School e pelo MUDA -Movimento pela Utilização Digital Activa – no evento “Chave Móvel Digital” conclui que, ao adotar uma estratégia Digital by Default, Portugal pode alcançar poupanças entre os 100 e os 400 milhões de euros, apenas no lado do Governo.

Estes números apresentados “subestimam o impacto económico total de uma estratégia Digital by Default na sociedade, uma vez que são baseados apenas em economias do governo”, uma vez que a extensão da poupança só dependerá da estratégia seguida (integração parcial ou integração total), dizem os autores do estudo.

As conclusões da análise são que “Portugal tem potenciais poupanças esperadas de até 400 milhões de euros por ano, apenas do lado do Governo, sendo expectável um impacto muito mais significativo, quando incluídos também cidadãos e empresas”, refere o comunicado.

Os autores defendem que uma estratégia Digital by Default deverá interligar Governo, cidadãos e empresas, permitindo que os serviços públicos estejam disponíveis online, prontos para dispositivos móveis, fáceis de usar e acessíveis.

“Estes devem ser cocriados com os cidadãos e as empresas e devem oferecer valor acrescentado face ao investimento. E tudo isso precisa de acontecer com foco na transparência, confiança, inclusão, envolvimento e participação”, acrescentam os autores do estudo que citam exemplos de sucesso.

“Na Estónia, o uso de assinaturas digitais poupa ao país 2% do PIB por ano; o Reino Unido economizou 3,3 mil milhões de libras esterlinas em 2015/2016 graças à sua estratégia “Digital by Default” (do Governo em 2017); a Dinamarca livrou-se completamente dos formulários em papel e 90% dos dinamarqueses usam a Internet para todas as transações. Em Portugal, e a título de exemplo, até julho de 2009, as iniciativas “Empresa na Hora”, “Marca na Hora” e “Registo Comercial Online” geraram poupanças de cerca de 54,6 milhões de euros e reduziram em 36 minutos o tempo médio necessário para criar uma nova empresa”, adiantam.

Desenvolvido pelo Center for Business Innovation da Porto Business School, o estudo “Digital by Default: Impacto Económico e Fatores de Sucesso” “ilustra, de forma clara, os benefícios potenciais para o país acelerar a transformação digital e aponta os caminhos possíveis para essa mudança, dependendo da estratégia a adotar (integração total ou parcial), por parte do Governo”, diz o comunicado dos autores do estudo.

Segundo dados apresentados hoje, estima-se ainda que, a nível da União Europeia, uma estratégia de Digital by Default poderia gerar um impacto líquido total entre os 6,5 e 10 mil milhões de euros/ano e que, a nível mundial, a digitalização dos governos poderá gerar até um trilião de dólares/ano em valor económico, em todo o mundo.

Estas conclusões surgem numa altura em que, por todo o mundo proliferam iniciativas para acelerar a digitalização das sociedades, sendo que na Europa foi definida a estratégia DigitalEurope, a qual visa transformar o Mercado Único Digital numa realidade, revela a nota de imprensa.

A análise, tendo por base os exemplos do Reino Unido, Estónia e Dinamarca e estudos internacionais de benchmarking e dados portugueses, visa “compreender os potenciais benefícios económicos e sociais e mostrar fatores de sucesso que o possibilitem”.

Segundo o comunicado, o MUDA deu ainda um contributo relevante através do desenvolvimento do Plano de Ação “Digital By Default,” apresentado no passado mês de novembro, e assente em três eixos: Comunicações Eletrónicas “by Default”; Digitalização dos arquivos e Implementação de ID eletrónico comum para o Estado e Empresas – a Chave Móvel Digital – agora também disponível para empresas.

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