A crise no sector bancário, nomeadamente no Silicon Valley Bank e, mais recentemente, no First Republic Bank, despertou receios nos mercados financeiros. Ainda assim, a Allianz Global Investors (AllianzGI) afasta um cenário no qual a banca venha a estar no epicentro da próxima crise.
“As intervenções rápidas para a injeção de liquidez ajudaram a travar uma espiral sistémica descendente. Os bancos vão estar sempre estreitamente ligados às economias em que operam. Sem o importante fator da confiança, nenhum banco pode sobreviver a longo prazo”, escreve Stefan Rondorf, estratega sénior de investimentos, economia e estratégia global da AllianzGI, numa nota publicada esta sexta-feira.
A queda do Silicon Valley Bank, em março, representou o segundo maior colapso de um banco privado na história norte-americana, gerando fortes preocupações de um possível contágio ao restante sector financeiro global. Passou de referência no mundo das startups tecnológicas a um banco falido e encerrado em pouco mais de 48 horas, obrigando as autoridades a agirem rapidamente para acalmar os receios.
Esta semana, houve mais um banco norte-americano a ser intervencionado e resolvido. Como foi avançado, o JP Morgan Chase Bank vai ficar com os ativos do First Republic Bank depois de o banco ter sido ser tomado pelo regulador financeiro da Califórnia.
Apesar disso, “há poucos indícios de que o sector bancário tradicional, com uma regulamentação relativamente rigorosa, venha a estar no epicentro da próxima crise, semelhante à de 2007 a 2009”, afirma Stefan Rondorf no relatório mensal sobre o mercado de capitais referente a maio.
O estratega sénior realça, contudo, que as “as instituições norte-americanas individualmente enfrentam dificuldades de sobrevivência hoje em dia”.
Apesar da crise bancária, os bancos centrais continuam a subir as taxas de juro, ainda que haja sinais de abrandamento. A Reserva Federal dos EUA anunciou esta quarta-feira o décimo aumento consecutivo nas taxas de juro para um intervalo entre 5% e 5,25%, dando a entender que poderá ter sido a última subida deste ciclo.
Esta quinta-feira, o Banco Central Europeu decidiu subir os juros em 25 pontos base, e não em 50 pontos base como tem acontecido nas últimas reuniões. Foi a sétima subida consecutiva da taxa de juros.
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