Onda azul democrata penaliza tecnológicas em Wall Street

A bolsa de Nova Iorque iniciou a negociação desta quarta-feira em baixa numa altura em que os dois candidatos democratas para o Senado, pelo estado da Georgia, estão com vantagem sobre os oponentes republicanos.

Pouco depois do início da sessão, o industrial Dow Jones cedia 0,13%, para 30,353,00 pontos; o S&P 500 caía 0,5%, para 3.708,05 pontos; e o tecnológico Nasdaq desvalorizava 1,24%, para 12.659,96 pontos.

Segundo o “The New York Times” já estão contados cerca de 98% dos votos e o democrata Raphael Warnock já é dado como vencedor no frente-a-frente contra a republicana Kelly Loeffler. Na outra corrida, o democrata Jon Ossoff leva uma ligeira vantagem sobre o republicano David Perdue.

Se vencerem os dois lugares, o Senado será composto por 50 democratas e 50 republicanos, sendo que a próxima vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, também democrata, tem voto de desempate, o que facilitará a administração de Biden.

A confirmar-se a vitória, o plano político dos Estados Unidos será dominado pelos democratas, liderando o Senado, a Câmara dos Representantes e, claro, a Casa Branca.

Os investidores antecipam por isso maior despesa fiscal a nível federal e uma subida de impostos.

Esta “onda azul” está a castigar as tecnológicas, principalmente as que formam o grupo conhecido como FAANG e que têm muito peso no Nasdaq, segundo o analista de mercados, Ramiro Loureiro. “As big tech mostram algum nervosismo com esta possibilidade, nomeadamente as FAANG, uma vez que um controlo democrata no Senado poderia facilitar a aprovação de leis sobre privacidade na Internet, semelhantes à legislação europeia de proteção de dados (GDPR)”, explica o analista do BCP.

A Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Alphabet, dona da Google estão perder entre 1,74% e 3%.

Nas matérias-primas, o preço do petróleo avança nos dois lados do Atlântico. Em Londres, o Brent ganha 0,6%, para 53,92 dólares e, em Nova Iorque, o WTI avança 0,26%, para 50,06 dólares.